quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amamentação pode melhorar a inteligência de meninos, diz estudo

Crianças alimentadas por leite materno por mais de seis meses tiveram resultados melhores em testes.

Crianças de dez anos que haviam sido amamentadas por ao menos seis meses tiveram resultados melhores em testes-padrão de leitura, matemática e grafia, em comparação com crianças amamentadas por períodos mais curtos.
A conclusão é de um estudo australiano feito com mais de mil crianças e relatado nesta segunda-feira pelo site especializado "MedPage Today".
Os efeitos benéficos da amamentação apareceram de forma mais relevante em meninos, possivelmente porque o leite compensa hormônios femininos que ajudam a proteger o cérebro de meninas.
Outra possibilidade é que a amamentação tem um efeito positivo nas relações entre mãe e filho, facilitando a interação e, de forma indireta, o desenvolvimento cognitivo, segundo o MedPage Today. Como os meninos dependiam mais da atenção materna do que as meninas, os efeitos positivos dessa interação se fariam mais presente neles.

'Provas crescentes'

O estudo, publicado na revista Pediatrics, foi coordenado por Wendy Oddy, do Instituto de Pesquisa de Saúde Infantil da Universidade do Oeste da Austrália.

'Nosso estudo adiciona provas crescentes de que a amamentação por ao menos seis meses tem efeitos benéficos para o melhor desenvolvimento da criança', escreveram Oddy e seus colegas.
A relação entre amamentação e desenvolvimento cognitivo é atribuída aos nutrientes presentes no leite materno - principalmente ácidos graxos poli-insaturados -, que ajudam no crescimento de membranas celulares do cérebro e de neurônios.
O estudo levou em consideração os outros fatores que também influenciam o desenvolvimento cognitivo infantil e disse ter tentado controlá-los entre as crianças estudadas. Com isso, foi possível observar também que índices menores de educação materna e renda prejudicavam o desempenho das crianças.
Em contrapartida, as que liam mais durante a idade de três a cinco anos tiveram melhores resultados nos testes de leitura e escrita.

Fonte: http://www.g1.com

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Medicalização da Educação e da Sociedade

Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade
A sociedade brasileira vive um processo crescente de medicalização de todas as esferas da vida.

Entende-se por medicalização o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios” que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades.

Uma vez classificadas como “doentes”, as pessoas tornam-se “pacientes” e consequentemente “consumidoras” de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Muitas vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões sociais: as pessoas é que têm “problemas”, são “disfuncionais”, “não se adaptam”, são “doentes” e são, até mesmo, judicializadas.

A aprendizagem e os modos de ser e agir – campos de grande complexidade e diversidade – têm sido alvos preferenciais da medicalização. Cabe destacar que, historicamente, é a partir de insatisfações e questionamentos que se constituem possibilidades de mudança nas formas de ordenação social e de superação de preconceitos e desigualdades.

O estigma da “doença” faz uma segunda exclusão dos já excluídos – social, afetiva, educacionalmente – protegida por discursos de inclusão.

A medicalização tem assim cumprido o papel de controlar e submeter pessoas, abafando questionamentos e desconfortos; cumpre, inclusive, o papel ainda mais perverso de ocultar violências físicas e psicológicas, transformando essas pessoas em “portadores de distúrbios de comportamento e de aprendizagem”.

No Brasil, a crítica e o enfrentamento dos processos de medicalização ainda são muito incipientes.

É neste contexto que se constitui o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, que tem como objetivos: articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e superação do fenômeno da medicalização, bem como mobilizar a sociedade para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento.

O caráter do Fórum é político e de atuação permanente, constituindo-se a partir da qualidade da articulação de seus participantes e suas decisões serão tomadas, preferencialmente, por consenso. É composto por entidades, movimentos e pessoas que tenham interesse no tema e afinidade com os objetivos do Fórum.

O Fórum se fundamenta nos seguintes princípios:

- Contra os processos de medicalização da vida.
- Defesa das pessoas que vivenciam processos de medicalização.
- Defesa dos Direitos Humanos.
- Defesa do Estatuto da Criança e Adolescente.
- Direito à Educação pública, gratuita, democrática, laica, de qualidade e socialmente referenciada para todas e todos.
- Direito à Saúde e defesa do Sistema Único de Saúde – SUS e seus princípios.
- Respeito à diversidade e à singularidade, em especial, nos processos de aprendizagem.
- Valorização da compreensão do fenômeno medicalização em abordagem interdisciplinar.
- Valorização da participação popular.

O Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade se propõe os seguintes desafios:

I. Ampliar a democratização do debate
o Estabelecer mecanismos de interlocução com a sociedade civil
i. Popularizar o debate, sem perder o rigor científico.
ii. Pluralizar os meios de divulgação, incluindo cordéis, sites, artes em geral.
iii. Construir estratégias para ocupar espaços na mídia.

o Estabelecer mecanismos de interlocução com a academia
i. Ampliar a discussão entre profissionais das diversas áreas;
ii. Construir estratégias para ocupar espaços nos cursos de formação inicial e continuada dos profissionais das diversas áreas.
iii. Apoiar propostas curriculares de humanização das práticas de educação e de saúde.

o Socializar o significado da medicalização e suas consequências
i. Reconhecer as necessidades das famílias que vivenciam processos de medicalização.
ii. Esclarecer riscos da drogadição – drogas lícitas e ilícitas - como consequência da medicalização.
o Ampliar a compreensão sobre a diversidade e historicidade dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano.
II. Construir estratégias que subvertam a lógica medicalizante
o Ampliar a produção teórica no campo da crítica à medicalização.
o Intervir na formulação de políticas públicas, subsidiando o embasamento em novas concepções de ser humano e de sociedade.
o Apoiar iniciativas de acolhimento e o fortalecimento das famílias, desmitificando pretensos benefícios da medicalização.
o Apoiar ações intersetoriais que enfrentem os processos de medicalização da vida.

São Paulo, 13 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Leitura pode trazer sensação de bem-estar, diz especialista

Dedicar algum tempo dia para ler ajuda a quebrar a rotina de obrigações

O hábito da leitura não acarreta apenas benefícios como o aumento do vocabulário e habilidades na expressão escrita, também é um ótima forma de relaxar. Dedicar algum tempo dia para ler ajuda a quebrar a rotina de obrigações e proporciona uma sensação de bem-estar segundo a Professora de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da UFRGS Tania Beatriz Iwaszko Marques.

— A leitura possibilita ganhos imediatos como a obtenção de informações ou o prazer proporcionado pelo próprio ato de ler — afirma.

De acordo com a professora, saber escolher as leituras é muito importante para que a pessoa se sinta confortável e se identifique com a obra. É preciso buscar assuntos de interesse pessoal, que estejam apresentados em linguagens adequadas a cada gosto ou faixa etária.

— Sabe-se que muitas pessoas desenvolvem aversão à leitura em função de primeiros contatos com livros terem ocorrido por imposição. Por isso, é importante procurar identificar as preferências de cada um.

Hábito precisa nascer na infância

Incentivar este hábito ainda na infância é a forma mais fácil de formar um adulto com gosto pela leitura. Para isso é necessário estabelecer uma relação agradável entre as crianças e os livros.

Desde muito pequenos, eles já podem ter contato com obras feitas em materiais plásticos, coloridos, com muitos desenhos e até sons e relevos para estimular o tato. Segundo a professora, as crianças estão mais abertas para as novas experiências.

— O hábito da leitura pode ser introduzido em qualquer momento da vida, porém, como mudanças de hábito vão se tornando difíceis com o passar dos anos, o ideal é que o hábito seja incentivado desde os primeiros anos de vida — recomenda Tania.

Benefícios a longo prazo

Pessoas que costumam ler com frequência, por gosto ou obrigação, desenvolvem habilidades mais duradouras como o raciocínio lógico, expressão escrita, capacidade de argumentação, concentração e análise aprofundada de uma determinada temática. Isso se reflete não só nos estudos e no trabalho, mas também nas relações interpessoais.

— A qualidade de vida de quem lê aumenta dia após dia na medida de suas leituras, da variedade dos assuntos, da profundidade das abordagens, da literatura, da filosofia, da história, das ciências. A leitura revela ao leitor mundos variados, sem precisar sair de casa — afirma o também professor de Psicologia da Educação da UFRGS Fernando Becker.

BENEFÍCIOS DE QUEM LÊ

:: desenvolve um vocabulário maior

:: tem mais facilidade para argumentar e discutir assuntos com profundidade

:: desenvolve capacidade maior de concentração

:: relaxa com a leitura

:: cria habilidades na expressão escrita


COMO CRIAR O HÁBITO

:: procure assuntos e histórias de seu interesse

:: não fique preso a ler apenas os livros mais conhecidos ou indicados

:: crie um ambiente adequado à leitura, sem barulhos, em uma posição confortável

— Para as crianças:

:: leve-as junto para comprar ou escolher em uma biblioteca

:: fique atento à faixa etária: as linguagens e assuntos devem ser compatíveis com a idade

:: não obrigue a criança a ler

:: leia junto para incentivá-la

Zero Hora - 06/11/2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

22 de Outubro - Dia Internacional de Atenção à Gagueira


photo

"Seu Filho Gagueja?" - Cartaz DIAG 2010

Cartaz da campanha brasileira do Dia Internacional de Atenção à Gagueira 2010.
A gagueira persistente, também conhecida como disfemia, é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a fluência da fala e que pode causar forte impacto negativo sobre a pessoa que gagueja. Dada a importância da comunicação no dia a dia, a gagueira tende a prejudicar consideravelmente a funcionalidade do indivíduo em vários aspectos da vida adulta, sobretudo nos âmbitos acadêmico, social e ocupacional. Portanto, se seu filho gagueja, procure o quanto antes um fonoaudiólogo especializado. Gagueira não tem graça, tem tratamento.


domingo, 17 de outubro de 2010

22 de outubro - Dia Internacional de Atenção à Gagueira

Dinâmica familiar na gagueira

Ter uma criança que gagueja já é suficientemente difícil para qualquer pai ou mãe.
Fazê-los sentirem-se culpados por isso só contribui para piorar a situação.

Anelise Junqueira Bohnen em seu livro Sobre a Gagueira (página 64).

Os pais de pessoas que gaguejam são alvo de diversos estereótipos sociais. Seriam pais dominadores, superprotetores, com altas expectativas, perfeccionistas, com sentimentos de rejeição e avaliações indesejáveis sobre a personalidade do filho que gagueja. Este estereótipo provém da teoria diagnosogênica da gagueira proposta inicialmente por Wendell Johnson. A teoria diagnosogênica teve início na década de 1940 e tinha como hipótese a existência de um ambiente familiar pressionador, onde os pais estariam altamente sensibilizados em relação à fala dos filhos. Isto devido à história familial para gagueira ou por serem pais guiados por atitudes perfeccionistas e por altos padrões de exigência para si próprios e para seus filhos. Com esta atmosfera familiar como pano de fundo, Johnson acreditava que chamar a atenção da criança para sua fala seria a causa imediata da gagueira, fazendo com que hesitações comuns se transformassem em gagueira. Uma vez que era atribuída aos pais grande parte da responsabilidade pela gagueira, eles eram o alvo principal da terapia de aconselhamento, a qual tinha o objetivo de evitar que a criança se tornasse consciente das hesitações e de modificar a atitudes pressionadoras dos pais.
Felizmente os avanços científicas já mostraram que os pais não são os responsáveis pela gagueira do filho. Entretanto, determinadas atitudes familiares podem piorar a gagueira. Por isso, é extremamente importante que os pais adotem atitudes que promovam a fluência (veja as Orientações para pais: gagueira infantil).

Em que tipo de família cresce uma pessoa que gagueja?

O dado mais sólido em relação às diferenças entre famílias com e sem pessoas que gaguejam está na história familial para gagueira: 55% das pessoas que gaguejam têm pais, irmãos, filhos, tios, primos, avós e/ou netos com gagueira.
Crianças que gaguejam têm maior probabilidade de crescerem em:
- Famílias menos harmoniosas, isto é, pais de crianças que gaguejam costumam estar menos satisfeitos com os comportamentos do cônjuge, relatando maior probabilidade de haver um ambiente familiar tenso e desfavorável.
- Famílias menos sociáveis.
- Famílias menos íntimas, isto é, os familiares passam pouco tempo em atividades conjuntas (como brincadeiras e passeios) e possuem pouco tempo para desfrutar da companhia dos outros membros da família.
- Famílias com pais de menor escolaridade.
Essas características não seriam causadoras da gagueira: seriam fatores complicadores, que aumentariam as condições que levam às dificuldades de fluência, ao pior desempenho escolar e às tendências ao retraimento.
O que os pais acham de seu filho que gagueja?
Pesquisas indicam que os pais apresentam fortes tendências a adotar opiniões menos favoráveis em relação ao filho que gagueja. De forma geral, os pais vêem seu filho que gagueja como nervoso, irritado, teimoso, imaturo, com complexo de inferioridade e pouco sociável. Além disso, os pais acreditam que a gagueira ocorre devido a esses traços de personalidade. É importante deixar claro que essas opiniões não causam a gagueira do filho, mas contribuem para piorar a gagueira e as conseqüências emocionais que advêm dela.
O que o filho que gagueja acha de seus pais?
Pesquisas indicam que as pessoas que gaguejam sentem-se distantes dos pais, acham que recebem pouco afeto, que desapontam seus pais, que têm pais muito punitivos, não se sentem realmente aceitas e se sentem subestimadas em relação à maturidade.
Referência bibliográfica:
YAIRI, Ehud. (1997). Home environments and parent-child interaction in childhood stuttering. In: Curlee, Richard F. & Siegel, Gerald M. (eds). Nature and Treatment of Stuttering: New Directions. 2nd ed. Boston: Allyn and Bacon. p. 24-48.


Orientações para pais: gagueira infantil

Sete conselhos para ajudar a criança que gagueja
1. Fale com a criança sem pressa e com pausas freqüentes. Quando seu filho terminar de falar, espere alguns segundos antes de você começar a falar. A fala lenta e relaxada é muito mais eficaz do que criticar ou dizer: fale devagar, repita mais devagar.
2. Reduza o número de perguntas ao seu filho. As crianças falam mais livremente ao expressar suas próprias idéias ao invés de responder às perguntas dos adultos. Ao invés de fazer perguntas, faça comentários sobre o que seu filho disse, mostrando que você está prestando atenção.
3. Utilize expressões faciais e linguagem corporal para demonstrar ao seu filho que você está mais atento ao conteúdo da mensagem do que à sua forma de falar.
4. Reserve alguns minutos, todos os dias, para dar atenção ao seu filho. Deixe que ele escolha o que gostaria de fazer. Permita que ele dirija as atividades, decidindo se quer falar ou não. Quando você falar, utilize uma fala lenta, tranqüila, relaxada e com pausas freqüentes. Este momento calmo pode aumentar a auto-confiança da criança pequena, porque ela vai saber que o pai ou a mãe aprecia a sua companhia. Conforme a criança se torna mais velha, pode ser um momento em que se sente confortável para falar de seus sentimentos e experiências com o pai ou a mãe.
5. Auxilie todos os membros da família a aprender a escutar e esperar sua vez de falar. Para as crianças, principalmente para as que gaguejam, é mais fácil falar quando há poucas interrupções e quando contam com a atenção do ouvinte.
6. Observe como você se relaciona com seu filho. Sempre que puder, mostre que você está prestando atenção ao que ele está falando e que ele pode utilizar o tempo que precisar para falar. Procure evitar a crítica, o falar rápido, as interrupções e as perguntas freqüentes.
7. Acima de tudo, faça seu filho saber que você o aceita como ele é. O mais importante para o seu filho será o seu apoio, quer ele gagueje ou não.
Fonte: 7 Ways to Help the Child Who Stutters
Autores: Barry Guitar & Edward G. Conture
Link original: www.stutteringhelp.org/Default.aspx?tabid=38
Tradução: Ignês Maia Ribeiro. Revisão: Sandra Merlo.

* Ignês Maia Ribeiro é associada fundadora e diretora presidente do Instituto Brasileiro de Fluência - IBF.

* Sandra Merlo é associada fundadora e diretora científica do Instituto Brasileiro de Fluência - IBF.

22 de outubro - Dia Internacional de Atenção à Gagueira

Recomendações aos Professores: a criança que gagueja na escola Os professores freqüentemente têm dúvidas sobre como agir com uma criança que gagueja em sala de aula. Por exemplo:
- Ela deve ser cobrada para fazer apresentações orais, ler em voz alta ou responder perguntas?
- O professor deve comentar com a criança a respeito de sua fala ou simplesmente ignorar?
- O que deve ser feito se outras crianças começam a caçoar dela?
Essas são apenas algumas das perguntas que os professores costumam fazer.

A criança da pré-escola e do jardim de infância

Todas as crianças nesta faixa de idade estão ativamente aprendendo a falar. Neste processo, é natural que cometam erros de fala. Esses erros são chamados de hesitações/disfluências. Algumas crianças apresentam mais do que outras e isto é normal. Entretanto, há certas crianças que apresentam muitas hesitações/disfluências - principalmente repetições e prolongamentos de sons -, que são facilmente notadas por quem ouve.
Se você estiver preocupado quanto à possibilidade de desenvolvimento de gagueira em uma dessas crianças, não deixe que ela perceba qualquer atenção especial neste momento. Ao invés disso, procure um fonoaudiólogo especializado em gagueira para receber orientações e sugestões.
Fale também com os pais, tente saber a opinião deles sobre o assunto e deixe-os cientes de que pode ser um comportamento típico da idade. Em muitos casos, quando pais e professores ouvem a criança e conversam com ela de uma forma calma e paciente, a fala retorna à normalidade e suas habilidades de linguagem e sua adaptação escolar melhoram. Contudo, se a criança continuar a apresentar hesitações/disfluências, é recomendável que ela seja acompanhada por um fonoaudiólogo especializado em gagueira.

A criança do ensino fundamental

Nesta faixa de idade, há crianças que não somente repetem e prolongam sons, mas também que fazem esforço e ficam tensas e frustradas com suas tentativas de falar. Elas precisam de ajuda. Sem a ajuda necessária, é provável que a gagueira afete negativamente seu desempenho em sala de aula. Como sugerido para a criança da pré-escola, consulte um fonoaudiólogo especializado em gagueira, fale com os pais e discuta suas observações com eles. Se você, os pais e o fonoaudiólogo compartilharem a opinião de que as hesitações/disfluências desta criança são diferentes das de outras em sua sala, vocês poderão decidir acompanhar, em equipe, a evolução desta criança.
Uma preocupação importante da maioria dos professores é com relação às reações da criança diante de sua gagueira em sala de aula. Que tipo de participação deve-se exigir dela durante as aulas? A resposta a esta pergunta depende de cada criança. Em um extremo, temos a criança que não demonstra nenhuma preocupação e fica feliz em poder participar como qualquer outra. No outro extremo, temos a criança que chora e se recusa a falar. A maioria está entre um extremo e outro. Se a criança estiver sendo acompanhada por um fonoaudiólogo especializado em gagueira, pergunte a ele sobre qual seria a atitude mais adequada a tomar. Pergunte também à criança sobre como ela gostaria de participar. As exigências de participação devem se tornar parte de um programa de educação individualizado da criança.

Fale com a criança: mostre seu apoio

Normalmente, é aconselhável que você converse com a criança de forma reservada. Explique a ela que quando falamos às vezes cometemos erros (assim como acontece com outras tarefas). Nós nos atrapalhamos com os sons, repetimos palavras e nos confundimos com elas. Com a prática, melhoramos. Explique que você está lá para ajudá-la.
Falar com a criança desta forma permitirá que ela saiba que você está ciente da dificuldade e também que você a compreende e a aceita.

Respondendo perguntas

Ao fazer perguntas em sala de aula, é possível adotar certos procedimentos para tornar a situação mais fácil para uma criança que gagueja:
- Inicialmente, até que ela se ajuste à turma, faça perguntas que possam ser respondidas com poucas palavras.
- Se cada criança tiver que responder uma pergunta, chame a criança que gagueja no início, porque a tensão e a ansiedade podem aumentar enquanto ela espera sua vez.
- Informe à classe que (1) eles terão o tempo que precisarem para responder às questões e (2) você quer que eles raciocinem antes de responder e não apenas que respondam rapidamente.

Lendo em voz alta na sala de aula

Muitas crianças que gaguejam são capazes de lidar satisfatoriamente com tarefas de leitura em voz alta em sala de aula, principalmente se elas são encorajadas em casa. Haverá algumas, entretanto, que gaguejarão severamente quando tiverem de ler em voz alta. As seguintes sugestões podem ajudar essas crianças:
- A maioria das crianças que gaguejam são fluentes quando lêem em uníssono com outras. Ao invés de simplesmente evitar chamar a criança que gagueja, permita que ela leia junto com outra criança.
- Permita que a classe inteira leia em duplas algumas vezes, para que a criança que gagueja não fique se sentindo especial. Gradualmente, ela pode se tornar mais confiante e conseguir ler em voz alta por conta própria.

As ridicularizações

As ridicularizações podem ser muito dolorosas para a criança que gagueja e devem ser eliminadas o mais rápido possível. Se ficar evidente que a criança está incomodada com as ridicularizações, fale com ela a sós. Ajude a criança a entender por que os outros reagem assim e sugira formas de responder assertivamente às provocações.
Se alguma criança insistir em provocar, fale com ela e explique que esse tipo de atitude é inaceitável. Tente conquistar sua ajuda. A maioria deseja a aprovação dos professores. Se o problema persistir, você pode consultar um conselheiro pedagógico ou um assistente social que trabalhe em sua instituição. Eles geralmente têm boas sugestões para lidar com esse tipo de problema.

Terapia fonoaudiológica

Se você não tiver certeza sobre a presença de um fonoaudiólogo em sua escola, fale com o diretor de sua instituição. Sugira também aos pais que procurem um fonoaudiólogo especializado em gagueira. O Instituto Brasileiro de Fluência - IBF oferece orientações gratuitas através do e-mail gagueira@gagueira.org.br ou pelo telefone 11-7449-5051 .
Aqui foram listados apenas alguns pontos gerais. Tenha sempre em mente que cada criança é diferente e que uma atitude afetiva faz grande diferença em todos os casos.

Sugestões para falar com a criança que gagueja

  • Não diga para a criança falar mais devagar ou relaxar.
  • Fale com a criança de forma calma, sem pressa, pausando freqüentemente. Antes de começar a falar, ouça a criança até o fim e espere alguns segundos após ela ter concluído aquilo que queria dizer. Isso desacelera o ritmo geral da conversa.
  • Ajude todos os alunos da classe a aprender que há momentos de falar e momentos de escutar. Todas as crianças, especialmente aquelas que gaguejam, acham mais fácil falar quando há poucas interrupções e quando elas têm a atenção dos ouvintes.
  • Use expressões faciais, contato visual e outras formas de linguagem corporal para comunicar à criança que você está prestando atenção ao conteúdo da mensagem e não somente à forma como ela está falando.
  • Não subestime a criança. Espere a mesma qualidade e quantidade de trabalhos por parte de crianças que gaguejam.
  • Procure reduzir críticas, padrões rápidos de fala e interrupções.
  • Não complete as palavras para a criança, nem fale por ela.
  • Converse individualmente com o aluno que gagueja sobre as modificações necessárias à sua adaptação em sala de aula. Respeite suas necessidades, sem subestimá-lo.
  • Não torne a gagueira algo vergonhoso. Fale sobre gagueira como se estivesse falando sobre qualquer outro assunto.
Para maiores informações, consulte outras seções deste site.
Texto original: Notes to the Teacher: The Child Who Stutters at School
Autora: Lisa Scott Trautman
Fonte: Stuttering Foundation of America
Link original: www.stutteringhelp.org/Default.aspx?tabid=10
Tradução e adaptação: Hugo Silva. Revisão: Sandra Merlo.

Veja também as seguintes matérias:
- Gagueira: como ajudar seu aluno a se expressar melhor
Revista Nova Escola, junho de 2005
- Poucas Palavras
Revista Educação, outubro de 2004

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professoras gaúchas inovam no ensino e ganham prêmio

O X da Educação | 15/10/2010 | 04h58min

Elas serão homenageadas amanhã em São Paulo pela Fundação Victor Civita

Leila Endruweit e Letícia Barbieri | leila.endruweit@zerohora.com.br leticia.barbieri@zerohora.com.br

Paula Vargas tem 25 anos, mora em Portão e leciona para uma turma de 1ª série em uma escola de Montenegro, no Vale do Caí. Lisiane Hermann Oster, 28 anos, vive do outro lado do Estado, em Ijuí, no Noroeste. Ambas têm em comum a vocação de ensinar.

As duas gaúchas farão parte do grupo de 10 professores homenageados amanhã, em São Paulo, pela Fundação Victor Civita. O trabalho delas ganhou destaque entre 3.392 inscritos no prêmio Educador Nota 10, que valoriza inovações em educação.

Pela arte, Paula ajudou os alunos a descobrir o sabor de criar. Lisiane encontrou uma forma lúdica de ensinar matemática. No Dia do Professor, elas explicam como têm feito bem a lição de casa.

O prêmio
- Promovido pela Fundação Victor Civita, o Prêmio Educador Nota 10 quer identificar, valorizar e divulgar as experiências educativas de qualidade realizadas por professores, diretores e coordenadores pedagógicos em escolas de ensino básico regular
- A ideia é disseminar as melhores práticas desenvolvidas pelos premiados para educadores.
- Amanhã, os 10 premiados apresentarão seus projetos a uma banca, em São Paulo. O Educador do Ano ganha bolsa de pós-graduação na universidade que escolher

Uma turma sem medo de usar a imaginação
Intervalos de aulas que eram preenchidos com jogos e brincadeiras agora são ocupados pela arte. Em Montenegro, a professora Paula Vargas, 25 anos, driblou protestos na Escola Municipal Adolfo Schüler e ganhou a confiança de meninos e meninas. Ao deparar com a resistência dos alunos da 1ª série em criar, ela se sentiu desafiada. Eles argumentavam que não sabiam desenhar. A queixa batizou o projeto de Paula: Eu Não Sei Desenhar: Vendo, Conhecendo e Recriando Árvores.

Primeiro, a professora elegeu as árvores como objeto de estudo. Um desenho básico, que poderia ser observado no pátio da escola, sem custo. Depois, levou para a sala de aula árvores pintadas por artistas, como Iberê Camargo e Tarsila do Amaral.

Diante das obras, a professora mostrou aos alunos que cada um tem uma forma de representar sua arte e que todas são válidas:

– Hoje, eles sabem que árvores não são apenas troncos e galhos. Perceberam que animais vivem nelas, que elas têm textura, cheiro.

O projeto de Paula virou monografia no curso de pós-graduação em Arte-Educação, na Feevale. Com o prêmio, ela ganha muito mais do que os R$ 10 mil que a Fundação Victor Civita dá aos vencedores. Conquista reconhecimento.

O desafio de brincar com números
Lidar com números é um desafio para crianças de cinco e seis anos. Pensando nisso, a professora Lisiane Hermann Oster, 28 anos, desenvolveu o projeto O Sistema de Numeração e a Criança Pequena, com 20 alunos da Escola de Educação Infantil do Sesc, em Ijuí.

A partir dos questionamentos dos próprios alunos, ela elaborou atividades que os ajudaram a compreender a importância dos números. Curiosidade e iniciativa foram ferramentas na aprendizagem. Inicialmente, os estudantes trabalharam com medidas próximas a eles: as do próprio corpo. Mediram altura, analisaram o peso.

Depois, eles fizeram um jogo com a carinha de cada aluno. Aprenderam noções de maior/menor e menos/mais, comparando as medidas dos colegas. Depois, montaram coleções. Até pensaram em objetos caros.

– Depois, eles entenderam que colecionar coisas simples é divertido – disse a professora.

Na última etapa, as crianças produziram joguinhos com percurso, no qual contaram os espaços para chegar a cada lugar.

ZERO HORA

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Jean Piaget - O biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio

Nova Escola | Edição Especial | Julho 2008

O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado

Foto: Camera Press
Foto: Camera Press
Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança.

Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética - isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.

"A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança", diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.
Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz - um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a idéia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista.

Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar", diz Lino de Macedo.

Assimilação e acomodação
Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.
O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam.

Estágios de desenvolvimento
Um conceito essencial da epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se adquire a noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança.

Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.

O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.

O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a
habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.

Por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.
Para pensar
Os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância excessiva aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado. Os que afirmam isso em geral contrapõem a obra piagetiana à do pensador bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). Para ele, como para Piaget, o aprendizado se dá por interação entre estruturas internas e contextos externos. A diferença é que, segundo Vygotsky, esse aprendizado depende fundamentalmente da influência ativa do meio social, que Piaget tendia a considerar apenas uma "interferência" na construção do conhecimento. "É preciso lembrar que Piaget queria abordar o conhecimento do ponto de vista de qualquer criança", diz Lino de Macedo em defesa do cientista suíço. Pela sua experiência em sala de aula, que peso o meio social tem nos processos propriamente cognitivos das crianças? Como você pode influir nisso?
Ajudando o desenvolvimento do aluno
Brincadeira de casinha: estímulo aos alunos na idade da 
representação. Foto: Masao Goto Filho
Brincadeira de casinha: estímulo aos alunos
na idade da representação.
Foto: Masao Goto Filho
A obra de Piaget leva à conclusão de que o trabalho de educar crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto a favorecer a atividade mental do aluno. Conhecer sua obra, portanto, pode ajudar o professor a tornar seu trabalho mais eficiente. Algumas escolas planejam as suas atividades de acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Nas classes de Educação Infantil com crianças entre 2 e 3 anos, por exemplo, não é difícil perceber que elas estão em plena descoberta da representação. Começam a brincar de ser outra pessoa, com imitação das atividades vistas em casa e dos personagens das histórias. A escola fará bem em dar vazão a isso promovendo uma ampliação do repertório de referências. Mas é importante lembrar que os modelos teóricos são sempre parciais e que, no caso de Piaget em particular, não existem receitas para a sala de aula.
Biografia
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, A Linguagem e o Pensamento na Criança. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940). Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de "ajustamento progressivo do saber". Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas das principais universidades européias e norteamericanas. Morreu em 1980 em Genebra, Suíça.
Quer saber mais?
Atualidade de Jean Piaget, Emilia Ferreiro, 144 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444 (edição esgotada)
Biologia e Conhecimento, Jean Piaget, 423 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552, 59,50 reais
Epistemologia Genética, de Jean Piaget, 124 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3241-3677, 25,40 reais
Piaget – O Diálogo com a Criança e o Desenvolvimento do Raciocínio, Maria da Glória Seber, 248 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161-700, 49,90 reais
Por que Piaget?, Lauro de Oliveira Lima, 72 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552, 16,40 reais

domingo, 10 de outubro de 2010

Estudo vincula déficit de atenção e hiperatividade a mutação genética

 
TDAH não é causado por inabilidade dos pais em educar, dizem cientistas.
Pesquisa publicada na revista 'The Lancet' analisou 366 crianças.
 
Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, afirma em um artigo na revista científica "The Lancet" que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos.
O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição.
Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos.
Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema.
Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar.

Estudo
Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição.
Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo.
Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando".
"Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH".
"Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH".
"Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais".
"A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma."
A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema.
Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos.

Repercussão
Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada:
"Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores."
Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo.
O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos.
"Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente."
"Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isso é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina."
Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento.
Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição. Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal."

Fonte: www.g1.globo.com

domingo, 3 de outubro de 2010

Estudantes aprendem dicas de como ouvir bem e melhor

 


16:00 - terça-feira, 28 de setembro de 2010
 
Os estudantes da 1ª e 2ª séries do ensino fundamental das escolas Gonçalves Dias e Guilherme de Almeida participaram hoje da Tarde da Saúde Auditiva, na Unidade Básica de Saúde Cerne. A prefeita em exercício e secretária de Saúde, Beth Colombo, esteve no local e conversou com as crianças, funcionários e usuários da UBS. Na oportunidade, os pequenos aprenderam ações de prevenção e conheceram o ouvido por dentro.
A atividade faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE) e foi realizada pela equipe da UBS e por alunos do curso de Fonoaudiologia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Os alunos assistiram a palestra da professora Sheila Rockenbach, auxiliada pelo Doutor Sorriso, que ensinou a maneira correta de limpar os ouvidos. “Vocês não podem usar o cotonete, porque ele empurra a sujeira para dentro do ouvido e se corre o risco de ficar com problemas de audição. A cera é importante para proteger o ouvido”, explicou Sheila. Segundo eles, o correto é limpar o ouvido com a ponta de uma toalha macia.
Os pequenos também ouviram sons de diversos instrumentos musicais e comentaram sobre os barulhos agudos e graves. Após, em grupos de seis, os estudantes conheceram como é o ouvido e como ele funciona. Também ganharam folder com dicas para melhorar a saúde auditiva.
Beth ficou encantada com a atividade. Isso porque, segundo ela, as UBSs deveriam ter como missão a prevenção à saúde e não o tratamento de doenças. “Como educadora sempre defendo que saúde se faz com prevenção. Gostaria que todas as UBSs fossem realmente de saúde e não de doença, que também é importante ser tratada nos postos, mas não seria o ideal”, destacou.
A coordenadora do Programa Saúde na Escola, Robianca Munaretti, explica que a proposta do PSE é atender a todas as áreas, como nutrição, destacando a importância da alimentação saudável e sexualidade, com o planejamento familiar e o uso de métodos contraceptivos. Também participaram da atividade o secretário adjunto de Saúde, Leandro Santos, e o coordenador do Estratégia da Saúde da Família, Gilson Menezes.

Daiane Poitevin

Fonte:

http://www.canoas.rs.gov.br/Site/Noticias/Noticia.asp?notId=10865
 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Consciência Fonológica e Letramento: um trabalho para o desenvolvimento da leitura e da escrita criativas

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Curso de Extensão

Consciência Fonológica e Letramento: um trabalho para
o desenvolvimento da leitura e da escrita criativas

APRESENTAÇÃO
A consciência fonológica exerce um papel importante no processo de aprendizagem da leitura e da
escrita das línguas alfabéticas. Desta forma, é fundamental que todos os profissionais envolvidos no
processo de letramento tenham conhecimento de como desenvolver um trabalho eficaz, tanto em
sala de aula, quanto no atendimento clínico das crianças que apresentam algum tipo de dificuldade
na aprendizagem.
Segundo diversos autores, as crianças que têm consciência dos fonemas, avançam de forma mais
fácil e produtiva para a escrita e leitura criativas e, os professores que desenvolvem um trabalho com
foco na consciência fonológica, aceleram o crescimento de toda a turma em termos de leitura e
escrita, ao mesmo tempo em que reduzem a incidência de crianças com atraso na leitura.
 
OBJETIVO(S)
Contribuir para a compreensão da consciência fonológica e sua relação com a aquisição da leitura e
da escrita;
Conhecer a estrutura da língua, a aprendizagem e suas dificuldades e transtornos;
Capacitar a criação de planos de docência eficazes visando desenvolver educandos criativos e
críticos.
 
PÚBLICO-ALVO
Acadêmicos e profissionais: Professores, pedagogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e demais
interessados.
 
PRÉ-REQUISITO(S)
Não há.
 
REALIZAÇÃO
Início: 24/09/2010
Término: 10/12/2010
Dias: 24/09, 01, 15, 22 e 29/10, 05, 19 e 26/11, 03 e 10/12/10
Horário: Sextas-feiras, das 18h15 às 22h15
Duração: 40 horas
Local: Sala a confirmar – Centro de Ciências Humanas
Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo – RS
 
PROGRAMA
1º módulo
- aprendizagem;
- alfabetização e letramento;
- hipóteses da escrita;
- análise de modelos de escrita;
- leitura
- o trabalho integrado entre escola e família
2º módulo
- dificuldades e transtornos de aprendizagem;
- estratégias para sala de aula;
- avaliação e tratamento.
3º módulo
- Consciência fonológica: princípios básicos
- Consciência fonológica, alfabetização e letramento
- Consciência fonológica e a educação infantil
- Consciência fonológica, ensino fundamental e a educação de jovens e adultos
4º módulo (Oficinas práticas)
- A consciência fonológica em sala de aula: passo-a-passo de um trabalho didático
interdisciplinar.
- A construção de materiais para sala de aula e terapia.
 
MINISTRANTE(S)
Robianca Munaretti - é professora alfabetizadora, Fonoaudióloga e Psicopedagoga. Atua na Prefeitura
de Canoas como responsável pelo Programa Saúde na Escola, na Secretaria de Saúde. É
Fonoaudióloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Trabalha em uma classe de
alfabetização na Educação de Jovens e Adultos, no mesmo município. Tem consultório particular e
realiza assessoria em escolas particulares. É professora convidada da Faculdade de Fonoaudiologia da
ULBRA.
 
CERTIFICADO
Será fornecido a todos os que tiverem, no mínimo, 75% de freqüência.
 
INVESTIMENTO
Alunos de graduação da Unisinos e diplomados pela Unisinos
Inscrições
1ª parcela no ato da matrícula
2ª parcela até o dia 15/10/2010
3ª parcela até o dia 15/11/2010
4ª parcela até o dia 15/12/2010
5ª parcela até o dia 15/01/2011
6ª parcela até o dia 15/02/2011
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
À vista R$ 270,00
Demais interessados
Inscrições
1ª parcela no ato da matrícula
2ª parcela até o dia 15/10/2010
3ª parcela até o dia 15/11/2010
4ª parcela até o dia 15/12/2010
5ª parcela até o dia 15/01/2011
6ª parcela até o dia 15/02/2011
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
À vista R$ 300,00
 
INSCRIÇÕES
Pagamento PESSOA FÍSICA:
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Curso de Extensão
· Via Internet - Acesse www.unisinos.br/extensao/................., procure o curso desejado e clique em
“inscreva-se já” que há junto às informações sobre inscrição online. Preencha os dados solicitados e
clique em enviar. Você receberá por e-mail a confirmação de sua matrícula no curso e o boleto para
pagamento da atividade.
· Pessoalmente - Dirija-se à Central de Relacionamento no câmpus da Unisinos e solicite sua inscrição. O
setor atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h.
· Via e-mail - Envie a ficha de inscrição preenchida para o e-mail relacionamento@unisinos.br. A vaga
somente estará garantida após o envio da confirmação da matrícula por e-mail pela Unisinos. O boleto
para pagamento será encaminhado junto ao e-mail de confirmação.
Pagamento PESSOA JURÍDICA / EMPRESA:
Via e-mail – Envie a ficha de inscrição preenchida e carimbada, com a sua assinatura e a do responsável
pelo pagamento, para o e-mail relacionamento@unisinos.br. A vaga somente estará garantida após o
envio da confirmação da matrícula por e-mail pela Unisinos. O boleto para pagamento será encaminhado
junto ao e-mail de confirmação.
· Pessoalmente - Dirija-se à Central de Relacionamento no câmpus da Unisinos e solicite sua inscrição.
Você deverá entregar a ficha de inscrição preenchida e carimbada, com a sua assinatura e a do
responsável pelo pagamento. O setor atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos
sábados, das 8h às 12h.
Observação:
· O pagamento da inscrição com cartão de crédito somente poderá ser efetuado à vista.
 
CANCELAMENTO DE MATRÍCULA
Em caso de desistência de participação no curso, o cancelamento deverá ser formalizado junto à Central de Relacionamento da
Unisinos, respeitando-se prazos e critérios específicos. Para informações detalhadas, acesse o site www.unisinos.br/extensao
ou entre em contato pelo telefone (51) 3591-1122.
 
PROMOÇÃO
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Unidade Acadêmica Educação Continuada
 
INFORMAÇÕES
Central de Relacionamento Unisinos
Fone/fax: (51) 3591-1122
www.unisinos.br/extensao/ .....
e-mail: econtinuada@unisinos.br
Este curso também pode ser realizado in company.
 
VAGAS LIMITADAS
Inscrições até 18/09/2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Teste da orelhinha torna-se obrigatório


O teste da orelhinha agora é lei. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.303, de 2 de agosto de 2010, que torna obrigatória a realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União do dia 3 de agosto, seção 1, página 1.
 
Segundo a lei, agora todos os hospitais e maternidades devem realizar o teste gratuitamente nas crianças nascidas em suas dependências. A triagem auditiva neonatal universal por meio do teste da orelhinha é capaz de detectar deficiências auditivas desde o nascimento, possibilitando o diagnóstico e o tratamento precoce de eventuais problemas. Como é sabido, o diagnóstico precoce é fundamental para a realização de procedimentos que irão minimizar os impactos da deficiência auditiva no desenvolvimento da criança.
 
A conquista é um marco para a saúde auditiva brasileira. Parabéns aos fonoaudiólogos e a todos os setores da sociedade que intervieram para alcançarmos este resultado!
 
 
CREFONO 7 - www.crfa7.com.br

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Encontro em Cachoeira do Sul/RS

Afinal por que é tão difícil ensinar?
Afinal por que é tão difícil aprender?


A clínica Apsy na comemoração dos seus 11 anos de trabalho,
promove mais um curso através do seu centro de estudos.

Construção da Aprendizagem

Dia: 27 e 28 de agosto
Local: Sindilojas - Cachoeira do Sul
Programação:
Dia 27/08 – Sexta-feira
19:00 Credenciamento
19:20 Abertura
19:30 Construção da Aprendizagem: afinal por que é tão difícil ensinar?
Palestrante: Robianca Munaretti – Fonoaudióloga e Psicopedagoga
21:00 Discussão

Dia 28/08 – Sábado
Manhã:
08:30 – Construção da Aprendizagem: afinal por que é tão difícil aprender?

             Textos e contextos: ler e escrever aspectos da realidade educativa
             Consciência fonológica: por que ela é tão importante em todos os níveis de ensino?
             Estratégias de Intervenções na sala de aula

Palestrante: Robianca Munaretti – Fonoaudióloga e Psicopedagoga

Tarde:
13:30 - A Neuroeducação e as dificuldades de aprendizagem:
                   Transforman do limitações em possibilidades

             Síndromes e Transtornos que afetam educadores e educandos
             A eficácia dos medicamentos para os transtornos de aprendizagem
             Prática terapêutica: que enfoque é esse?

Palestrante: Cristiano Firpo Freire – Neuropediatra
15:30 – Debate com os palestrantes e os participantes
Mediadora: Daiane Keller - Psicopedagoga

Investimento:
Até dia 20/08:                                                                Após dia 21/08:
Estudantes: R$ 30,00                                                      Estudantes: R$ 40,00
Profissionais: R$ 50,00                                                    Profissionais: R$ 60,00
Alunos da ULBRA: R$ 25,00                                         Alunos da ULBRA: R$ 30,00
                                      INFORME-SE SOBRE PACOTES
                        ESPECIAIS PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS

Palestrantes:
Robianca Munaretti- Fonoaudióloga
Psicopedagoga Clínica e Institucional - Unilasalle/Canoas
Especialização em Saúde Pública - Faculdade de Medicina/UFRGS
Professora Alfabetizadora - Educação de Jovens e Adultos
Coordenadora do Programa Saúde na Escola - Secretaria de Saúde - Canoas/RS
Fonoaudióloga do NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família - Sec. Saúde - Canoas/RS
Assessora de Escolas Particulares de Educação Infantil e Ensino Fundamental - Canoas e Porto Alegre

 
Dr. Cristiano Firpo Freire - Neuropediatra 
Especialista em Pediatria pelo Titulo de Especialista em Pediatria
Especialista em Pediatria na Área de Atuação em Neurologia Pediátrica
Pós-Graduação em Transtornos do Desenvolvimento na Infância e na Adolescência: Abrodagem Interdisciplinar, pela Faculdade Dom Alberto
Neurofisiologista aprovado em concurso para Área de Atuação em Neurofisiologia Clínica, em conformidade com as exigências da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica e da Associação Médica Brasileira


GARANTA JÁ A SUA VAGA!
Informações e Inscrições:

Apsy - 3723 4518
Rua 15 de Novembro, 600
ou
olivreiro.net - 3722 5597 (Livraria na ULBRA)
olivreiro.net - 3722 3030 (Saldanha Marinho, 757)



“(...) aprender é o risco
da mistura com a diferença”.
Neusa Kern Hickel

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Completo e essencial ao bebê, leite materno pode salvar vidas

Semana Mundial de Aleitamento Materno começou no domingo e se estende até sábado

A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que começou neste domingo e se estende até sábado, serve mais uma vez como alerta às mamães. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação exclusiva até os seis meses de idade e complementar até os dois anos poderia salvar a vida de 1,5 milhão de crianças anualmente.

Isso ocorre porque o leite materno é seguro e oferece ao bebê todos os nutrientes que precisa para um desenvolvimento saudável, além de conter anticorpos que protegem as crianças de doenças comuns na infância. Para a OMS esse é o alimento ideal para recém-nascidos e crianças pequenas. De acordo com o órgão, a falta de orientação e de apoio por parte de profissionais de saúde é uma das razões que levam mães a interromperem a amamentação poucas semanas após darem à luz.

Uma pesquisa divulgada essa semana pelo Ministério da Saúde comprovou que bebês nascidos nos hospitais Amigo da Criança — onde são seguidas orientações para incentivar a amamentação — são alimentados com leite materno por mais tempo e de forma mais adequada. Atualmente, 335 instituições possuem essa credencial conferida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Este ano, a Semana Mundial de Aleitamento Materno tem como tema essa iniciativa, ressaltando a importância da forma de atuação desses hospitais para o cuidado da saúde das crianças e das mães brasileiras.

Os resultados da pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008, mostram que o índice de bebês que mamaram na primeira hora de vida foi de 71,9%, nos hospitais Amigo da Criança, enquanto entre as crianças nascidas em outras maternidades a taxa foi de 65,6%. Essa diferença de 6,3% representa cerca de 190 mil crianças que estão sendo beneficiadas a cada ano com essa prática, que além de promover a interação entre mãe e filho, diminui a mortalidade no período neonatal.

Entre os menores de um ano nascidos em um hospital Amigo da Criança, 79,3% haviam sido amamentados no dia anterior ao inquérito. Entre os nascidos em outras maternidades, a taxa foi de 75,8%.

— A diferença parece pouco, mas é muito expressiva, estamos falando aqui de milhares de crianças que foram amamentadas por mais tempo porque suas mães foram sensibilizadas sobre a importância do aleitamento materno e tiveram o apoio da equipe hospitalar para que a amamentação tivesse sucesso — diz a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani.

A pesquisa consultou pais ou responsáveis de mais de 120 mil crianças menores de um ano de 254 municípios, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal. As instituições que adotam a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) precisam cumprir os Dez Passos Para o Sucesso da Amamentação, que incluem a capacitação de toda a equipe que presta atendimento integral às mães durante e após o parto. O objetivo da IHAC é criar e manter um ambiente de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Como observa Elsa Giugliani, pesquisas internacionais comprovam a importância do contato pele a pele durante a primeira hora de vida. Segundo ela, a amamentação na primeira hora de vida pode reduzir em até 22% o índice de mortalidade neonatal.

Campanha

Idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), ocorre desde 1991 em todo o mundo. Este ano, o tema escolhido para a Semana é a "Iniciativa Hospital Amigo da Criança" e a sua importância para a criança, a mãe, a família e o próprio hospital. Desde 1992, o Ministério da Saúde vem incentivando a implementação da IHAC em todo o País, com o apoio do Unicef. No decorrer de toda a semana serão veiculadas peças publicitárias como spots de rádio, filmes, cartazes e folderes conscientizando a população sobre a importância do aleitamento materno.

Porque o leite materno é tão importante?
O leite materno é considerado um alimento completo, que age como uma “vacina natural” ao proteger o bebê de diferentes doenças. Também melhora a saúde da mãe ao reduzir risco de diabetes e de câncer de mama e ovário. Por isso, especialistas recomendam que a alimentação nos primeiros seis meses de vida seja constituída exclusivamente de leite materno.

Dez passos para se tornar um Hospital Amigo da Criança:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde.

2. Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para implementar esta política.

3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno.

4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento do bebê.

5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas dos filhos.

6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica.

7. Praticar o alojamento conjunto, permitindo que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas.

8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda.

9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.

10. Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade.

Fonte: Ministério da Saúde

http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,2991695,Completo-e-essencial-ao-bebe-leite-materno-pode-salvar-vidas.html

domingo, 1 de agosto de 2010

Como estimular as crianças a gostar de artes

Santa Filomena é uma pequena comunidade agrícola do interior do município de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Da estrada, observam-se os sítios, as roças, os agricultores com seus chapéus de palha, os animais... e o som de violinos. Como assim, violinos? Na colônia? É verdade. Cerca de 50 crianças e adolescentes, quase todos filhos de produtores rurais, integram a Orquestra de Câmara São Pedro de Alcântara - projeto Educando com Música, iniciativa cultural inovadora desenvolvida há pouco mais de cinco anos na comunidade.

O resultado não poderia ser mais animador. A música clássica, hoje, faz parte da vida de meninos e meninas que, antes, poderiam não ter grandes sonhos quanto ao futuro artístico. Seguiriam, quase todos, a profissão dos pais, na lavoura. Hoje, muitos deles realmente talentosos, já alçam voos maiores e planejam uma carreira em orquestras famosas e viagens pelo mundo. Tomaram gosto pela música e pela arte.

Este exemplo mostra que, se estimuladas, as crianças podem apreciar o que há de melhor em termos de música, cinema, teatro, dança, pintura, literatura... Aos poucos, os pais descobrem que programas culturais podem ser uma opção diferente e construtiva para os filhos. Quando o estímulo vem de dentro de casa, aqs criançasdeixam o medo e a formalidade de lado.

— Minha filha entrou no projeto quando estava na primeira série, aos sete anos. Hoje, aos 12, diz que quer seguir a carreira de violinista. E para incentivá-la ainda mais, acabamos de presenteá-la com um violino novinho — conta Erani, casada com o agricultor Moacir, pais da menina Micaeli Schell, que integra a Orquestra de Câmara.

Segundo a psicopedagoga Kátia de Araújo, as atividades culturais, além de educar, conseguem tirar, pelo menos por algumas horas, as crianças da frente do videogame, do computador e da televisão, estimulando a criatividade e a sociabilidade.

— Algumas escolas, às vezes, colocam tantas regras que a criança perde a curiosidade. Dão importância às ciências exatas e raramente organizam visitas a espaços culturais — analisa Kátia.

É importante a família participar de programas ligados às artes, pois isso desenvolve o campo visual dos pequenos e faz com que conheçam melhor o mundo.

Neste domingo, os pais terão uma excelente oportunidade para colocar em prática estes ensinamentos. No Teatro Pedro Ivo (Rodovia SC-401), em Florianópolis, será apresentada a ópera O Barbeiro de Sevilha, em uma récita compacta de 50 minutos, adaptada para o público infantil. O ingresso é simbólico (R$2).

A peça está em cartaz desde quarta-feira, e faz parte da turnê da Companhia Brasileira de Ópera — o maior e mais abrangente projeto de música erudita realizado no país nos últimos anos, com direção artística do consagrado maestro John Neschling.

Música na colônia

A jovem Orquestra de Câmara de São Pedro de Alcântara — projeto Educando com Música é resultado de um sonho do oncologista Marcelo Collaço Paulo, de Florianópolis. Ele assistiu, no Uruguai, à apresentação de uma orquestra formada apenas por crianças.

— Uma maravilha, aqueles meninos e meninas tocando, olhinhos ávidos, concentrados, prontos para o futuro.

Depois, ele comprou e restaurou um centenário casarão na comunidade Santa Filomena e colocou em prática o projeto de música para as crianças.

— Fui à prefeitura e falei que gostaria que as aulas de música fizessem parte do currículo das escolas da comunidade. Projeto aceito, saí em busca dos professores (que estão lá até hoje e pertencem à Camerata de Florianópolis). Convidei para a regência o maestro Jeferson Della Rocca, um dos grandes apaixonados pelo trabalho — relembra o médico.

Após três meses de funcionamento, Collaço Paulo buscou um patrocinador — uma empresa que pudesse adotar o projeto, para que tivesse fôlego e se tornasse duradouro e multiplicador.

Hoje, ele está consolidado. São 50 crianças com idades entre sete e 15 anos. A prefeitura dá lanche e transporte. A empresa Dígitro mantém os professores. Quando terminam as aulas na escola, os ensaios continuam no anexo do casarão.

— Sou um empolgado com o que vejo naquelas crianças. Muitas, provavelmente, não serão músicos no futuro, mas com certeza a vida delas não será a mesma depois do contato com a arte — diz o médico.

A professora Juliana Schmidt, 24 anos, está no projeto desde o início. Ela destaca que, além de aprender teoria musical e tocar um instrumento — violino, violoncelo, piano ou flauta doce — a criança desenvolve o senso de responsabilidade, união, solidariedade e disciplina. Os alunos têm aulas duas vezes por semana e ensaios coletivos aos sábados, com a presença do maestro.

— Adoro as aulas de violino, estou aqui há três anos. Além de ser muito divertido, tenho a oportunidade de começar uma carreira profissional — diz Maria Luiza Kretzer, de 10 anos.

De passinho em passinho elas chegam lá
Os pezinhos sobem e descem rápido acompanhando o movimento gracioso dos braços. Aos poucos, as cerca de 15 bailarinas, que têm entre três e cinco anos, vão assimilando a coreografia ensaiada exaustivamente. A professora reforça, com delicadeza, a necessidade da concentração.

— Não quer dizer que elas serão bailarinas, mas a dança traz junto disciplina e concentração, além de contato com a música clássica — diz a professora Geovana de Oliveira.

Do lado de fora da sala, os pais acompanham atentamente cada plié e demi plié. O vendedor Rafael Amaral afirma ter notado que, em apenas três meses, a coordenação motora da filha Beatriz melhorou consideravelmente. Ao lado dele, o motorista Sidnei Carvalho compartilha as habilidades conquistadas por Júlia. A menina de quatro anos também pratica capoeira, assim como o irmão de 11 anos.

— Foi uma forma que encontramos de ajudar nossos filhos a compreenderem um universo diferente, além de gastarem muita energia.

Dois dias depois, as jovens bailarinas estariam se apresentando em um grande teatro. Os aplausos recompensaram o esforço. Um incentivo a mais para quem está apenas começando.

Incentivo que também chega por meio das palavras de uma contadora de histórias. Muitas crianças começaram a gostar de ler e escrever ao ouvir Sandra de Souza. Há 10 anos, ela bate ponto aos sábados em duas livrarias de Florianópolis. É um momento lúdico que planta uma sementinha de conhecimento.

Incentivo familiar é fundamental

Não são raras as vezes em que, por habitar desde cedo o mundo das artes, as crianças acabam descobrindo seu próprio talento, superando até mesmo as expectativas dos pais. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os irmãos Pablo e Juan Carlos Rossi, de Florianópolis.

Os pais dos garotos, Domingo e Elisete Rossi, surpreenderam-se com a precocidade dos filhos. Eles foram apresentados à música clássica ainda muito jovens, e hoje são talentos reconhecidos em todo o mundo.

A alfabetização de Pablo nas letras e na música foi simultânea. Aos seis anos, avisou aos pais que queria tocar piano, após ver fotos do instrumento em uma revista. A notícia foi encarada com certa desconfiança na família de classe média, sem qualquer tradição musical.

- Não foi fácil encontrar uma escola de música para Pablo, porque elas não aceitavam crianças não alfabetizadas — lembra Elisete.

Ao descobrir a paixão e o dom do filho — que ganhou seu primeiro concurso nacional no ano seguinte —, os casal decidiu comprar um piano em um consórcio. Hoje, ele mora em Moscou e estuda no Conservatório Tchaikovsky. Faz recitais na Europa, Estados Unidos e América Latina. Gravou seu primeiro CD aos 11 anos de idade, com obras de Chopin, Bartók, Schumann, Tchaikovsky, Rachmaninoff, Shostakovich e Nepomuceno.

O irmão Juan Carlos Rossi é um dos principais talentos da nova geração de violinistas brasileiros. Iniciou os estudos de violino aos oito anos. Está fazendo mestrado na Universidade Mozarteum de Salzburg, na Áustria.

Elisete Rossi acredita que a música é um instrumento de valorização do ser humano, pela sua surpreendente variedade de cores, números, timbres e tonalidades, capazes de tornar o mundo mais colorido e harmonioso.

— A música proporciona às crianças externar sua criatividade através dessas particularidades, possibilitando sua inclusão social de uma maneira educativa e transformadora — explica.

Sensibilidade aguçada na sala escura

Por acreditar na importância da cultura para a formação das crianças e adolescentes, a cineasta catarinense Luiza Lins idealizou a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que, em junho, festejou sua 9ª edição.

Desta vez, foram mais de 24 mil espectadores, e a mostra se firma como a mais importante do gênero no país.

— Eu fui uma criança com muito acesso à arte e à cultura. E sei o quanto isso foi importante na minha formação — diz.

Luiza nasceu em Santa Catarina, mas aos sete anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde morou até os 25. Os pais sempre a levavam para o cinema ou ao teatro nos fins de semana.

Ela defende que a formação de uma criança não pode basear-se apenas nas disciplinas que a escola oferece. As artes (teatro, cinema, literatura, dança, música...) são canais importantes para o desenvolvimento da sensibilidade e de uma posição crítica em relação ao mundo.

Luiza tem dois filhos, uma de 19 e outro de 10 anos.

— Minha filha tinha10 anos quando lancei o festival. Incentivá-los a gostar de arte sempre foi uma preocupação na minha casa.

Na opinião da diretora da Mostra, um problema, muitas vezes, é a falta de estímulo dos pais, que não têm paciência para acompanhar os filhos nestes programas culturais infantis.

— Os pais precisam se dar conta de que a cultura é um instrumento de educação para os filhos, e que compartilhar estes momentos com as crianças, além de divertido, é muito importante para fortalecer os laços familiares.

Na opinião de Luiza, é necessário que as crianças conheçam a diversidade da cultura brasileira e aprendam a respeitá-la e a valorizá-la.

— Um filme, por exemplo, pode ser assistido sob vários aspectos, e isto é muito rico. A criança que vai ao cinema, com certeza perceberá o mundo de uma maneira mais diversificada e rica. E, assim, terá mais chances de escolha e será mais crítica no futuro — analisa a cineasta.

DICAS PARA OS PAIS
— Estimule os cinco sentidos. Criança tem um espírito investigativo muito forte e não se contenta só com o olhar.

— Não explique a obra. Deixe a criança tirar as próprias conclusões e formular perguntas a respeito do que viu. Explique à criança quanto trabalho, tempo e sentimento o artista investiu na obra, assim ela vai entender por que é tão importante apreciá-la sem estragá-la.

— Nunca force a criança a ir a algum programa cultural, ela vai associar o passeio a um castigo. Tente fazer uma propaganda positiva e dar opções para que ela escolha o destino.

— Dê preferência a galerias e peças com temas educativos que estimulem a criatividade. Exigem jogo de cintura, mas isso não deve intimidar os pais.

— Aprender a apreciar arte é como aprender a comer direito. Os vegetais têm que ser introduzidos na alimentação desde cedo, ou então a criança vai recusar sem nunca têlos provado. 


Fonte: psicopedagoga Kátia de Araújo
DIÁRIO CATARINENSE - 17/07/2010

Quando apelar para o reforço escolar para seu filho?

Dificuldades de aprendizagem podem ser superadas com a ajuda de um professor particular


Ao fim de cada semestre letivo, a história se repete. Enquanto alguns alunos estão planejando o que vão fazer nas férias, outros estão preocupados em resolver o problema das notas vermelhas no boletim. Mas nem sempre o mau desempenho está associado à falta de interesse. No caso de Pedro Henrique Maia de Oliveira, 13 anos, o problema era a proximidade com os colegas de classe.
– Eu era muito bagunceiro e conversava muito – admite o estudante.
O resultado de tanta interatividade foram notas baixas e dificuldade de concentração em sala de aula. Assim como Pedro, muitos estudantes também não conseguem atingir os objetivos da escola – e não são os únicos que ficam frustrados por isso. Preocupados, os pais procuram cada vez mais ajuda profissional para livrar seus filhos da recuperação.
A dificuldade em matemática foi o estopim que levou Pedro à aula de recuperação. Durante a tarde, o estudante revisava e tirava dúvidas da matéria vista pela manhã. O problema é que, para frequentar as aulas extraclasse, Pedro precisou abrir mão de algumas horas de lazer.
– O tempo que eu passava estudando poderia estar fazendo hipismo – lamenta.
Mas o sacrifício valeu a pena: após dois anos de aulas de reforço e tutoria, as notas mudaram - assim como o comportamento do adolescente, que ficou mais responsável e organizado.
– Aprendi a fazer uma agenda com tudo o que eu tenho que fazer no dia seguinte – diz, orgulhoso.

Para os pais
:: Auxílio de uma pessoa mais experiente para fazer as tarefas é importante para a criança.
:: Reserve um cômodo próprio para que a criança realize tarefas intelectuais, como os deveres escolares.
:: Deixe lacunas na agenda dos pequenos. Muitas atividades impedem que as crianças se dediquem à escola, que deve ser prioridade.
:: Observe a rotina de seu filho. Dorme tarde e acorda cedo? Alimenta-se na hora certa? Fixe horários.

Para os filhos
:: Visualizar imagens fora da proporção normal incentiva atiça a curiosidade e o cérebro das crianças. Pensar em duas coisas lado a lado e com tamanhos proporcionais pode parecer engraçado, mas é uma estratégia eficiente para aguçar o intelecto dos pequenos.
:: Os processos mneumônicos podem ser uma boa opção para decorar fórmulas. Por exemplo: a fórmula N = m.x vira a frase "Não mexe".
Fontes: Christiane Fernandes Diniz, pedagoga; Luciana Félix e Márcio de Albuquerque Marçolla, franqueados de uma empresa de reforço escolar, Eika Lobo Junqueira, psicóloga e psicoterapeuta, e Lúcia Helena Pulino, psicóloga
 
ZERO HORA - MEU FILHO - 26/07/2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Falta de sono atrapalha o crescimento


Criança que não dorme direito também tem dificuldade na escola e alterações de humor

Dormir em horários regulares e num ambiente calmo, adequado ao sono, é essencial para o desenvolvimento físico e mental das crianças. Especialistas alertam que criança que não dorme direito, além da sonolência durante o dia, pode ter alterações de humor e apetite, desatenção nas atividades escolares e cotidianas, além de problemas no crescimento.
É enquanto dorme que a criança consolida a memória e fixa o que aprendeu durante o dia. Segundo a coordenadora do grupo de estudos sobre o sono da Sociedade Brasileira de Pediatria, Magda Lahorgue, isto ocorre devido a uma série de processos químicos e neurofísicos que fazem a pessoa dormir.
“O sono restaura as energias para o dia seguinte. Além disso, o pico do hormônio GH (do crescimento) é noturno. Se não há um bom sono, pode não ser atingida a estatura esperada”, alerta Magda. Para o médico pediatra e homeopata Yechiel Moises Chencinski, competitividade, cobranças, obrigações, muitas atividades extracurriculares, ambiente familiar conturbado ou até mesmo doenças — como febres e resfriados — são fatores que podem interferir no sono. “Distúrbios emocionais também podem interferir na qualidade do sono”, salienta.
De acordo com Magda Lahorgue, refluxo e alergias, além do consumo de alimentos com cafeína perto da hora de deitar, são motivos de noites mal dormidas. Outro vilão é o hábito de dormir com a TV ligada, que piora muito a quantidade e a qualidade do sono.
Magda recomenda que o ambiente onde a criança dorme tenha temperatura agradável, pouco som e luzes baixas para que o sono do pequeno respeite o número de horas referente à sua idade. “Os pais devem regular o horário de ir para a cama e criar uma expectativa boa para o sono, evitando, por exemplo, o medo de dormir no escuro”, completa.
Moises concorda. “Rotinas devem ser estabelecidas desde os primeiros meses, com limites nos horários de ir para cama e de acordar”, confirma. Se após todas as tentativas o problema persistir, o médico pode indicar homeopatia ou fitoterapia, que não têm contraindicações e efeitos colaterais.
Dos ciclos à noite inteira
A médica Mada Lahorgue lembra que o recém-nascido dorme em ciclos de duas a três horas. O bebê dorme, acorda, mama e dorme novamente, independentemente de ser noite ou dia.
Após os dois meses, os ciclos noturnos ficam mais longos e os de durante o dia, mais curtos. Já a partir dos 6 meses, o sono noturno acontece em dois grandes ciclos, começando a ficar mais regular.
Do 1º ao 2º anos de vida, aproximadamente, a criança já dorme a noite toda, com períodos de sesta de manhã e depois do almoço. A partir do 3º ou 4 º ano, só ocorre uma ‘dormidinha’ diurna, em geral após o almoço. Acima dos 6 anos o sono já se concentra todo durante a noite.

Fonte:
http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2010/7/falta_de_sono_atrapalha_o_crescimento_97011.html