sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Consciência Fonológica e Letramento: um trabalho para o desenvolvimento da leitura e da escrita criativas

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Curso de Extensão

Consciência Fonológica e Letramento: um trabalho para
o desenvolvimento da leitura e da escrita criativas

APRESENTAÇÃO
A consciência fonológica exerce um papel importante no processo de aprendizagem da leitura e da
escrita das línguas alfabéticas. Desta forma, é fundamental que todos os profissionais envolvidos no
processo de letramento tenham conhecimento de como desenvolver um trabalho eficaz, tanto em
sala de aula, quanto no atendimento clínico das crianças que apresentam algum tipo de dificuldade
na aprendizagem.
Segundo diversos autores, as crianças que têm consciência dos fonemas, avançam de forma mais
fácil e produtiva para a escrita e leitura criativas e, os professores que desenvolvem um trabalho com
foco na consciência fonológica, aceleram o crescimento de toda a turma em termos de leitura e
escrita, ao mesmo tempo em que reduzem a incidência de crianças com atraso na leitura.
 
OBJETIVO(S)
Contribuir para a compreensão da consciência fonológica e sua relação com a aquisição da leitura e
da escrita;
Conhecer a estrutura da língua, a aprendizagem e suas dificuldades e transtornos;
Capacitar a criação de planos de docência eficazes visando desenvolver educandos criativos e
críticos.
 
PÚBLICO-ALVO
Acadêmicos e profissionais: Professores, pedagogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e demais
interessados.
 
PRÉ-REQUISITO(S)
Não há.
 
REALIZAÇÃO
Início: 24/09/2010
Término: 10/12/2010
Dias: 24/09, 01, 15, 22 e 29/10, 05, 19 e 26/11, 03 e 10/12/10
Horário: Sextas-feiras, das 18h15 às 22h15
Duração: 40 horas
Local: Sala a confirmar – Centro de Ciências Humanas
Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo – RS
 
PROGRAMA
1º módulo
- aprendizagem;
- alfabetização e letramento;
- hipóteses da escrita;
- análise de modelos de escrita;
- leitura
- o trabalho integrado entre escola e família
2º módulo
- dificuldades e transtornos de aprendizagem;
- estratégias para sala de aula;
- avaliação e tratamento.
3º módulo
- Consciência fonológica: princípios básicos
- Consciência fonológica, alfabetização e letramento
- Consciência fonológica e a educação infantil
- Consciência fonológica, ensino fundamental e a educação de jovens e adultos
4º módulo (Oficinas práticas)
- A consciência fonológica em sala de aula: passo-a-passo de um trabalho didático
interdisciplinar.
- A construção de materiais para sala de aula e terapia.
 
MINISTRANTE(S)
Robianca Munaretti - é professora alfabetizadora, Fonoaudióloga e Psicopedagoga. Atua na Prefeitura
de Canoas como responsável pelo Programa Saúde na Escola, na Secretaria de Saúde. É
Fonoaudióloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Trabalha em uma classe de
alfabetização na Educação de Jovens e Adultos, no mesmo município. Tem consultório particular e
realiza assessoria em escolas particulares. É professora convidada da Faculdade de Fonoaudiologia da
ULBRA.
 
CERTIFICADO
Será fornecido a todos os que tiverem, no mínimo, 75% de freqüência.
 
INVESTIMENTO
Alunos de graduação da Unisinos e diplomados pela Unisinos
Inscrições
1ª parcela no ato da matrícula
2ª parcela até o dia 15/10/2010
3ª parcela até o dia 15/11/2010
4ª parcela até o dia 15/12/2010
5ª parcela até o dia 15/01/2011
6ª parcela até o dia 15/02/2011
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
R$ 47,00
À vista R$ 270,00
Demais interessados
Inscrições
1ª parcela no ato da matrícula
2ª parcela até o dia 15/10/2010
3ª parcela até o dia 15/11/2010
4ª parcela até o dia 15/12/2010
5ª parcela até o dia 15/01/2011
6ª parcela até o dia 15/02/2011
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
R$ 53,00
À vista R$ 300,00
 
INSCRIÇÕES
Pagamento PESSOA FÍSICA:
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Curso de Extensão
· Via Internet - Acesse www.unisinos.br/extensao/................., procure o curso desejado e clique em
“inscreva-se já” que há junto às informações sobre inscrição online. Preencha os dados solicitados e
clique em enviar. Você receberá por e-mail a confirmação de sua matrícula no curso e o boleto para
pagamento da atividade.
· Pessoalmente - Dirija-se à Central de Relacionamento no câmpus da Unisinos e solicite sua inscrição. O
setor atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h.
· Via e-mail - Envie a ficha de inscrição preenchida para o e-mail relacionamento@unisinos.br. A vaga
somente estará garantida após o envio da confirmação da matrícula por e-mail pela Unisinos. O boleto
para pagamento será encaminhado junto ao e-mail de confirmação.
Pagamento PESSOA JURÍDICA / EMPRESA:
Via e-mail – Envie a ficha de inscrição preenchida e carimbada, com a sua assinatura e a do responsável
pelo pagamento, para o e-mail relacionamento@unisinos.br. A vaga somente estará garantida após o
envio da confirmação da matrícula por e-mail pela Unisinos. O boleto para pagamento será encaminhado
junto ao e-mail de confirmação.
· Pessoalmente - Dirija-se à Central de Relacionamento no câmpus da Unisinos e solicite sua inscrição.
Você deverá entregar a ficha de inscrição preenchida e carimbada, com a sua assinatura e a do
responsável pelo pagamento. O setor atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos
sábados, das 8h às 12h.
Observação:
· O pagamento da inscrição com cartão de crédito somente poderá ser efetuado à vista.
 
CANCELAMENTO DE MATRÍCULA
Em caso de desistência de participação no curso, o cancelamento deverá ser formalizado junto à Central de Relacionamento da
Unisinos, respeitando-se prazos e critérios específicos. Para informações detalhadas, acesse o site www.unisinos.br/extensao
ou entre em contato pelo telefone (51) 3591-1122.
 
PROMOÇÃO
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Unidade Acadêmica Educação Continuada
 
INFORMAÇÕES
Central de Relacionamento Unisinos
Fone/fax: (51) 3591-1122
www.unisinos.br/extensao/ .....
e-mail: econtinuada@unisinos.br
Este curso também pode ser realizado in company.
 
VAGAS LIMITADAS
Inscrições até 18/09/2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Teste da orelhinha torna-se obrigatório


O teste da orelhinha agora é lei. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.303, de 2 de agosto de 2010, que torna obrigatória a realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União do dia 3 de agosto, seção 1, página 1.
 
Segundo a lei, agora todos os hospitais e maternidades devem realizar o teste gratuitamente nas crianças nascidas em suas dependências. A triagem auditiva neonatal universal por meio do teste da orelhinha é capaz de detectar deficiências auditivas desde o nascimento, possibilitando o diagnóstico e o tratamento precoce de eventuais problemas. Como é sabido, o diagnóstico precoce é fundamental para a realização de procedimentos que irão minimizar os impactos da deficiência auditiva no desenvolvimento da criança.
 
A conquista é um marco para a saúde auditiva brasileira. Parabéns aos fonoaudiólogos e a todos os setores da sociedade que intervieram para alcançarmos este resultado!
 
 
CREFONO 7 - www.crfa7.com.br

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Encontro em Cachoeira do Sul/RS

Afinal por que é tão difícil ensinar?
Afinal por que é tão difícil aprender?


A clínica Apsy na comemoração dos seus 11 anos de trabalho,
promove mais um curso através do seu centro de estudos.

Construção da Aprendizagem

Dia: 27 e 28 de agosto
Local: Sindilojas - Cachoeira do Sul
Programação:
Dia 27/08 – Sexta-feira
19:00 Credenciamento
19:20 Abertura
19:30 Construção da Aprendizagem: afinal por que é tão difícil ensinar?
Palestrante: Robianca Munaretti – Fonoaudióloga e Psicopedagoga
21:00 Discussão

Dia 28/08 – Sábado
Manhã:
08:30 – Construção da Aprendizagem: afinal por que é tão difícil aprender?

             Textos e contextos: ler e escrever aspectos da realidade educativa
             Consciência fonológica: por que ela é tão importante em todos os níveis de ensino?
             Estratégias de Intervenções na sala de aula

Palestrante: Robianca Munaretti – Fonoaudióloga e Psicopedagoga

Tarde:
13:30 - A Neuroeducação e as dificuldades de aprendizagem:
                   Transforman do limitações em possibilidades

             Síndromes e Transtornos que afetam educadores e educandos
             A eficácia dos medicamentos para os transtornos de aprendizagem
             Prática terapêutica: que enfoque é esse?

Palestrante: Cristiano Firpo Freire – Neuropediatra
15:30 – Debate com os palestrantes e os participantes
Mediadora: Daiane Keller - Psicopedagoga

Investimento:
Até dia 20/08:                                                                Após dia 21/08:
Estudantes: R$ 30,00                                                      Estudantes: R$ 40,00
Profissionais: R$ 50,00                                                    Profissionais: R$ 60,00
Alunos da ULBRA: R$ 25,00                                         Alunos da ULBRA: R$ 30,00
                                      INFORME-SE SOBRE PACOTES
                        ESPECIAIS PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS

Palestrantes:
Robianca Munaretti- Fonoaudióloga
Psicopedagoga Clínica e Institucional - Unilasalle/Canoas
Especialização em Saúde Pública - Faculdade de Medicina/UFRGS
Professora Alfabetizadora - Educação de Jovens e Adultos
Coordenadora do Programa Saúde na Escola - Secretaria de Saúde - Canoas/RS
Fonoaudióloga do NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família - Sec. Saúde - Canoas/RS
Assessora de Escolas Particulares de Educação Infantil e Ensino Fundamental - Canoas e Porto Alegre

 
Dr. Cristiano Firpo Freire - Neuropediatra 
Especialista em Pediatria pelo Titulo de Especialista em Pediatria
Especialista em Pediatria na Área de Atuação em Neurologia Pediátrica
Pós-Graduação em Transtornos do Desenvolvimento na Infância e na Adolescência: Abrodagem Interdisciplinar, pela Faculdade Dom Alberto
Neurofisiologista aprovado em concurso para Área de Atuação em Neurofisiologia Clínica, em conformidade com as exigências da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica e da Associação Médica Brasileira


GARANTA JÁ A SUA VAGA!
Informações e Inscrições:

Apsy - 3723 4518
Rua 15 de Novembro, 600
ou
olivreiro.net - 3722 5597 (Livraria na ULBRA)
olivreiro.net - 3722 3030 (Saldanha Marinho, 757)



“(...) aprender é o risco
da mistura com a diferença”.
Neusa Kern Hickel

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Completo e essencial ao bebê, leite materno pode salvar vidas

Semana Mundial de Aleitamento Materno começou no domingo e se estende até sábado

A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que começou neste domingo e se estende até sábado, serve mais uma vez como alerta às mamães. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação exclusiva até os seis meses de idade e complementar até os dois anos poderia salvar a vida de 1,5 milhão de crianças anualmente.

Isso ocorre porque o leite materno é seguro e oferece ao bebê todos os nutrientes que precisa para um desenvolvimento saudável, além de conter anticorpos que protegem as crianças de doenças comuns na infância. Para a OMS esse é o alimento ideal para recém-nascidos e crianças pequenas. De acordo com o órgão, a falta de orientação e de apoio por parte de profissionais de saúde é uma das razões que levam mães a interromperem a amamentação poucas semanas após darem à luz.

Uma pesquisa divulgada essa semana pelo Ministério da Saúde comprovou que bebês nascidos nos hospitais Amigo da Criança — onde são seguidas orientações para incentivar a amamentação — são alimentados com leite materno por mais tempo e de forma mais adequada. Atualmente, 335 instituições possuem essa credencial conferida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Este ano, a Semana Mundial de Aleitamento Materno tem como tema essa iniciativa, ressaltando a importância da forma de atuação desses hospitais para o cuidado da saúde das crianças e das mães brasileiras.

Os resultados da pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008, mostram que o índice de bebês que mamaram na primeira hora de vida foi de 71,9%, nos hospitais Amigo da Criança, enquanto entre as crianças nascidas em outras maternidades a taxa foi de 65,6%. Essa diferença de 6,3% representa cerca de 190 mil crianças que estão sendo beneficiadas a cada ano com essa prática, que além de promover a interação entre mãe e filho, diminui a mortalidade no período neonatal.

Entre os menores de um ano nascidos em um hospital Amigo da Criança, 79,3% haviam sido amamentados no dia anterior ao inquérito. Entre os nascidos em outras maternidades, a taxa foi de 75,8%.

— A diferença parece pouco, mas é muito expressiva, estamos falando aqui de milhares de crianças que foram amamentadas por mais tempo porque suas mães foram sensibilizadas sobre a importância do aleitamento materno e tiveram o apoio da equipe hospitalar para que a amamentação tivesse sucesso — diz a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani.

A pesquisa consultou pais ou responsáveis de mais de 120 mil crianças menores de um ano de 254 municípios, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal. As instituições que adotam a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) precisam cumprir os Dez Passos Para o Sucesso da Amamentação, que incluem a capacitação de toda a equipe que presta atendimento integral às mães durante e após o parto. O objetivo da IHAC é criar e manter um ambiente de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Como observa Elsa Giugliani, pesquisas internacionais comprovam a importância do contato pele a pele durante a primeira hora de vida. Segundo ela, a amamentação na primeira hora de vida pode reduzir em até 22% o índice de mortalidade neonatal.

Campanha

Idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), ocorre desde 1991 em todo o mundo. Este ano, o tema escolhido para a Semana é a "Iniciativa Hospital Amigo da Criança" e a sua importância para a criança, a mãe, a família e o próprio hospital. Desde 1992, o Ministério da Saúde vem incentivando a implementação da IHAC em todo o País, com o apoio do Unicef. No decorrer de toda a semana serão veiculadas peças publicitárias como spots de rádio, filmes, cartazes e folderes conscientizando a população sobre a importância do aleitamento materno.

Porque o leite materno é tão importante?
O leite materno é considerado um alimento completo, que age como uma “vacina natural” ao proteger o bebê de diferentes doenças. Também melhora a saúde da mãe ao reduzir risco de diabetes e de câncer de mama e ovário. Por isso, especialistas recomendam que a alimentação nos primeiros seis meses de vida seja constituída exclusivamente de leite materno.

Dez passos para se tornar um Hospital Amigo da Criança:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde.

2. Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para implementar esta política.

3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno.

4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento do bebê.

5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas dos filhos.

6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica.

7. Praticar o alojamento conjunto, permitindo que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas.

8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda.

9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.

10. Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade.

Fonte: Ministério da Saúde

http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,2991695,Completo-e-essencial-ao-bebe-leite-materno-pode-salvar-vidas.html

domingo, 1 de agosto de 2010

Como estimular as crianças a gostar de artes

Santa Filomena é uma pequena comunidade agrícola do interior do município de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Da estrada, observam-se os sítios, as roças, os agricultores com seus chapéus de palha, os animais... e o som de violinos. Como assim, violinos? Na colônia? É verdade. Cerca de 50 crianças e adolescentes, quase todos filhos de produtores rurais, integram a Orquestra de Câmara São Pedro de Alcântara - projeto Educando com Música, iniciativa cultural inovadora desenvolvida há pouco mais de cinco anos na comunidade.

O resultado não poderia ser mais animador. A música clássica, hoje, faz parte da vida de meninos e meninas que, antes, poderiam não ter grandes sonhos quanto ao futuro artístico. Seguiriam, quase todos, a profissão dos pais, na lavoura. Hoje, muitos deles realmente talentosos, já alçam voos maiores e planejam uma carreira em orquestras famosas e viagens pelo mundo. Tomaram gosto pela música e pela arte.

Este exemplo mostra que, se estimuladas, as crianças podem apreciar o que há de melhor em termos de música, cinema, teatro, dança, pintura, literatura... Aos poucos, os pais descobrem que programas culturais podem ser uma opção diferente e construtiva para os filhos. Quando o estímulo vem de dentro de casa, aqs criançasdeixam o medo e a formalidade de lado.

— Minha filha entrou no projeto quando estava na primeira série, aos sete anos. Hoje, aos 12, diz que quer seguir a carreira de violinista. E para incentivá-la ainda mais, acabamos de presenteá-la com um violino novinho — conta Erani, casada com o agricultor Moacir, pais da menina Micaeli Schell, que integra a Orquestra de Câmara.

Segundo a psicopedagoga Kátia de Araújo, as atividades culturais, além de educar, conseguem tirar, pelo menos por algumas horas, as crianças da frente do videogame, do computador e da televisão, estimulando a criatividade e a sociabilidade.

— Algumas escolas, às vezes, colocam tantas regras que a criança perde a curiosidade. Dão importância às ciências exatas e raramente organizam visitas a espaços culturais — analisa Kátia.

É importante a família participar de programas ligados às artes, pois isso desenvolve o campo visual dos pequenos e faz com que conheçam melhor o mundo.

Neste domingo, os pais terão uma excelente oportunidade para colocar em prática estes ensinamentos. No Teatro Pedro Ivo (Rodovia SC-401), em Florianópolis, será apresentada a ópera O Barbeiro de Sevilha, em uma récita compacta de 50 minutos, adaptada para o público infantil. O ingresso é simbólico (R$2).

A peça está em cartaz desde quarta-feira, e faz parte da turnê da Companhia Brasileira de Ópera — o maior e mais abrangente projeto de música erudita realizado no país nos últimos anos, com direção artística do consagrado maestro John Neschling.

Música na colônia

A jovem Orquestra de Câmara de São Pedro de Alcântara — projeto Educando com Música é resultado de um sonho do oncologista Marcelo Collaço Paulo, de Florianópolis. Ele assistiu, no Uruguai, à apresentação de uma orquestra formada apenas por crianças.

— Uma maravilha, aqueles meninos e meninas tocando, olhinhos ávidos, concentrados, prontos para o futuro.

Depois, ele comprou e restaurou um centenário casarão na comunidade Santa Filomena e colocou em prática o projeto de música para as crianças.

— Fui à prefeitura e falei que gostaria que as aulas de música fizessem parte do currículo das escolas da comunidade. Projeto aceito, saí em busca dos professores (que estão lá até hoje e pertencem à Camerata de Florianópolis). Convidei para a regência o maestro Jeferson Della Rocca, um dos grandes apaixonados pelo trabalho — relembra o médico.

Após três meses de funcionamento, Collaço Paulo buscou um patrocinador — uma empresa que pudesse adotar o projeto, para que tivesse fôlego e se tornasse duradouro e multiplicador.

Hoje, ele está consolidado. São 50 crianças com idades entre sete e 15 anos. A prefeitura dá lanche e transporte. A empresa Dígitro mantém os professores. Quando terminam as aulas na escola, os ensaios continuam no anexo do casarão.

— Sou um empolgado com o que vejo naquelas crianças. Muitas, provavelmente, não serão músicos no futuro, mas com certeza a vida delas não será a mesma depois do contato com a arte — diz o médico.

A professora Juliana Schmidt, 24 anos, está no projeto desde o início. Ela destaca que, além de aprender teoria musical e tocar um instrumento — violino, violoncelo, piano ou flauta doce — a criança desenvolve o senso de responsabilidade, união, solidariedade e disciplina. Os alunos têm aulas duas vezes por semana e ensaios coletivos aos sábados, com a presença do maestro.

— Adoro as aulas de violino, estou aqui há três anos. Além de ser muito divertido, tenho a oportunidade de começar uma carreira profissional — diz Maria Luiza Kretzer, de 10 anos.

De passinho em passinho elas chegam lá
Os pezinhos sobem e descem rápido acompanhando o movimento gracioso dos braços. Aos poucos, as cerca de 15 bailarinas, que têm entre três e cinco anos, vão assimilando a coreografia ensaiada exaustivamente. A professora reforça, com delicadeza, a necessidade da concentração.

— Não quer dizer que elas serão bailarinas, mas a dança traz junto disciplina e concentração, além de contato com a música clássica — diz a professora Geovana de Oliveira.

Do lado de fora da sala, os pais acompanham atentamente cada plié e demi plié. O vendedor Rafael Amaral afirma ter notado que, em apenas três meses, a coordenação motora da filha Beatriz melhorou consideravelmente. Ao lado dele, o motorista Sidnei Carvalho compartilha as habilidades conquistadas por Júlia. A menina de quatro anos também pratica capoeira, assim como o irmão de 11 anos.

— Foi uma forma que encontramos de ajudar nossos filhos a compreenderem um universo diferente, além de gastarem muita energia.

Dois dias depois, as jovens bailarinas estariam se apresentando em um grande teatro. Os aplausos recompensaram o esforço. Um incentivo a mais para quem está apenas começando.

Incentivo que também chega por meio das palavras de uma contadora de histórias. Muitas crianças começaram a gostar de ler e escrever ao ouvir Sandra de Souza. Há 10 anos, ela bate ponto aos sábados em duas livrarias de Florianópolis. É um momento lúdico que planta uma sementinha de conhecimento.

Incentivo familiar é fundamental

Não são raras as vezes em que, por habitar desde cedo o mundo das artes, as crianças acabam descobrindo seu próprio talento, superando até mesmo as expectativas dos pais. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os irmãos Pablo e Juan Carlos Rossi, de Florianópolis.

Os pais dos garotos, Domingo e Elisete Rossi, surpreenderam-se com a precocidade dos filhos. Eles foram apresentados à música clássica ainda muito jovens, e hoje são talentos reconhecidos em todo o mundo.

A alfabetização de Pablo nas letras e na música foi simultânea. Aos seis anos, avisou aos pais que queria tocar piano, após ver fotos do instrumento em uma revista. A notícia foi encarada com certa desconfiança na família de classe média, sem qualquer tradição musical.

- Não foi fácil encontrar uma escola de música para Pablo, porque elas não aceitavam crianças não alfabetizadas — lembra Elisete.

Ao descobrir a paixão e o dom do filho — que ganhou seu primeiro concurso nacional no ano seguinte —, os casal decidiu comprar um piano em um consórcio. Hoje, ele mora em Moscou e estuda no Conservatório Tchaikovsky. Faz recitais na Europa, Estados Unidos e América Latina. Gravou seu primeiro CD aos 11 anos de idade, com obras de Chopin, Bartók, Schumann, Tchaikovsky, Rachmaninoff, Shostakovich e Nepomuceno.

O irmão Juan Carlos Rossi é um dos principais talentos da nova geração de violinistas brasileiros. Iniciou os estudos de violino aos oito anos. Está fazendo mestrado na Universidade Mozarteum de Salzburg, na Áustria.

Elisete Rossi acredita que a música é um instrumento de valorização do ser humano, pela sua surpreendente variedade de cores, números, timbres e tonalidades, capazes de tornar o mundo mais colorido e harmonioso.

— A música proporciona às crianças externar sua criatividade através dessas particularidades, possibilitando sua inclusão social de uma maneira educativa e transformadora — explica.

Sensibilidade aguçada na sala escura

Por acreditar na importância da cultura para a formação das crianças e adolescentes, a cineasta catarinense Luiza Lins idealizou a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que, em junho, festejou sua 9ª edição.

Desta vez, foram mais de 24 mil espectadores, e a mostra se firma como a mais importante do gênero no país.

— Eu fui uma criança com muito acesso à arte e à cultura. E sei o quanto isso foi importante na minha formação — diz.

Luiza nasceu em Santa Catarina, mas aos sete anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde morou até os 25. Os pais sempre a levavam para o cinema ou ao teatro nos fins de semana.

Ela defende que a formação de uma criança não pode basear-se apenas nas disciplinas que a escola oferece. As artes (teatro, cinema, literatura, dança, música...) são canais importantes para o desenvolvimento da sensibilidade e de uma posição crítica em relação ao mundo.

Luiza tem dois filhos, uma de 19 e outro de 10 anos.

— Minha filha tinha10 anos quando lancei o festival. Incentivá-los a gostar de arte sempre foi uma preocupação na minha casa.

Na opinião da diretora da Mostra, um problema, muitas vezes, é a falta de estímulo dos pais, que não têm paciência para acompanhar os filhos nestes programas culturais infantis.

— Os pais precisam se dar conta de que a cultura é um instrumento de educação para os filhos, e que compartilhar estes momentos com as crianças, além de divertido, é muito importante para fortalecer os laços familiares.

Na opinião de Luiza, é necessário que as crianças conheçam a diversidade da cultura brasileira e aprendam a respeitá-la e a valorizá-la.

— Um filme, por exemplo, pode ser assistido sob vários aspectos, e isto é muito rico. A criança que vai ao cinema, com certeza perceberá o mundo de uma maneira mais diversificada e rica. E, assim, terá mais chances de escolha e será mais crítica no futuro — analisa a cineasta.

DICAS PARA OS PAIS
— Estimule os cinco sentidos. Criança tem um espírito investigativo muito forte e não se contenta só com o olhar.

— Não explique a obra. Deixe a criança tirar as próprias conclusões e formular perguntas a respeito do que viu. Explique à criança quanto trabalho, tempo e sentimento o artista investiu na obra, assim ela vai entender por que é tão importante apreciá-la sem estragá-la.

— Nunca force a criança a ir a algum programa cultural, ela vai associar o passeio a um castigo. Tente fazer uma propaganda positiva e dar opções para que ela escolha o destino.

— Dê preferência a galerias e peças com temas educativos que estimulem a criatividade. Exigem jogo de cintura, mas isso não deve intimidar os pais.

— Aprender a apreciar arte é como aprender a comer direito. Os vegetais têm que ser introduzidos na alimentação desde cedo, ou então a criança vai recusar sem nunca têlos provado. 


Fonte: psicopedagoga Kátia de Araújo
DIÁRIO CATARINENSE - 17/07/2010

Quando apelar para o reforço escolar para seu filho?

Dificuldades de aprendizagem podem ser superadas com a ajuda de um professor particular


Ao fim de cada semestre letivo, a história se repete. Enquanto alguns alunos estão planejando o que vão fazer nas férias, outros estão preocupados em resolver o problema das notas vermelhas no boletim. Mas nem sempre o mau desempenho está associado à falta de interesse. No caso de Pedro Henrique Maia de Oliveira, 13 anos, o problema era a proximidade com os colegas de classe.
– Eu era muito bagunceiro e conversava muito – admite o estudante.
O resultado de tanta interatividade foram notas baixas e dificuldade de concentração em sala de aula. Assim como Pedro, muitos estudantes também não conseguem atingir os objetivos da escola – e não são os únicos que ficam frustrados por isso. Preocupados, os pais procuram cada vez mais ajuda profissional para livrar seus filhos da recuperação.
A dificuldade em matemática foi o estopim que levou Pedro à aula de recuperação. Durante a tarde, o estudante revisava e tirava dúvidas da matéria vista pela manhã. O problema é que, para frequentar as aulas extraclasse, Pedro precisou abrir mão de algumas horas de lazer.
– O tempo que eu passava estudando poderia estar fazendo hipismo – lamenta.
Mas o sacrifício valeu a pena: após dois anos de aulas de reforço e tutoria, as notas mudaram - assim como o comportamento do adolescente, que ficou mais responsável e organizado.
– Aprendi a fazer uma agenda com tudo o que eu tenho que fazer no dia seguinte – diz, orgulhoso.

Para os pais
:: Auxílio de uma pessoa mais experiente para fazer as tarefas é importante para a criança.
:: Reserve um cômodo próprio para que a criança realize tarefas intelectuais, como os deveres escolares.
:: Deixe lacunas na agenda dos pequenos. Muitas atividades impedem que as crianças se dediquem à escola, que deve ser prioridade.
:: Observe a rotina de seu filho. Dorme tarde e acorda cedo? Alimenta-se na hora certa? Fixe horários.

Para os filhos
:: Visualizar imagens fora da proporção normal incentiva atiça a curiosidade e o cérebro das crianças. Pensar em duas coisas lado a lado e com tamanhos proporcionais pode parecer engraçado, mas é uma estratégia eficiente para aguçar o intelecto dos pequenos.
:: Os processos mneumônicos podem ser uma boa opção para decorar fórmulas. Por exemplo: a fórmula N = m.x vira a frase "Não mexe".
Fontes: Christiane Fernandes Diniz, pedagoga; Luciana Félix e Márcio de Albuquerque Marçolla, franqueados de uma empresa de reforço escolar, Eika Lobo Junqueira, psicóloga e psicoterapeuta, e Lúcia Helena Pulino, psicóloga
 
ZERO HORA - MEU FILHO - 26/07/2010