terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fonoaudióloga da SMS certificada pelo Hospital da Aeronáutica por trabalho científico

18:11 - segunda-feira, 29 de agosto de 2011
 
A fonoaudióloga da Secretaria Municipal da Saúde, Robianca Munaretti, foi agraciada com a certificação de melhor trabalho científico apresentado durante a II Jornada das Clínicas de Saúde, intitulada "Clínica Ampliada: Um Olhar Além da Técnica". O evento foi realizado pelo Hospital de Aeronáutica de Canoas e Robianca recebeu o Prêmio Clínicas de Saúde Major Brigadeiro Francisco Lombardi, do Diretor do HACO, Coronel Médico João Carlos Rodrigues de Azeredo.
O trabalho da fonoaudióloga e psicopedagoga Robianca Munaretti destacou-se com o pôster “Grupos Fonoaudiológicos para Crianças com Dificuldades na Aquisição da Linguagem e suas Famílias”, que é desenvolvido em pelo menos 10 grupos em Unidades de Estratégia de Saúde da Família. “O trabalho vai além do atendimento, e envolve as famílias, no desenvolvimento da criança”, acrescentou.
O evento em que houve a premiação reuniu as especialidades de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, serviço social e terapia ocupacional contando com mais de 100 e a presença de palestrantes renomados do meio acadêmico civil.
Jesiel B. Saldanha
 www.canoas.rs.gov.br

domingo, 14 de agosto de 2011

Atraso na fala não significa problemas futuros


Problemas comportamentais surgem apenas por volta dos 2 anos e tendem a desaparecer pouco depois

New York Times | 12/07/2011 16:41

Foto: Getty Images
Atrasos na fala: problemas comportamentais são causados pela frustração ao tentar se comunicar, mas desaparecem logo
Os pais frequentemente se preocupam quando seus bebês demoram a falar. Contudo, um estudo australiano de longo prazo descobriu que, ao atingir 5 anos, as crianças não apresentam mais problemas emocionais ou comportamentais do que outras da mesma idade sem atraso na fala – desde que estejam se desenvolvendo normalmente.


O estudo foi publicado online no dia 4 na revista “Pediatrics”. As crianças faziam parte do Grupo de Estudo de Gestação do Oeste da Austrália. 1.245 não apresentavam atraso na fala – elas usavam pelo menos 50 palavras e podiam unir duas ou três delas para formar uma frase – e 142 não haviam atingido essa marca.
As mães de todas elas estiveram grávidas entre 1989 e 1991, quando passaram a fazer parte do estudo. As crianças foram acompanhas até completarem 17 anos.
Aos 2 anos, as crianças que possuíam atraso de linguagem estavam mais propensas a ter problemas de comportamento. Porém, havia uma diferença entre os grupos com idades de 5, 8, 10, 14 e 17 anos.
O principal autor do artigo foi Andrew J.O. Whitehouse, do Instituto Telethon de Investigação da Saúde Infantil, em Perth. Ele sugeriu que a origem dos problemas comportamentais delas estava no sentimento de frustração por não conseguir se comunicar. “Quando as crianças com atraso na fala alcançam a marca de linguagem da maioria das crianças, os problemas comportamentais e emocionais deixam de se manifestar”, afirmou.

O be-a-bá do blablablá: as primeiras palavras do bebê


Quando a dificuldade de comunicação de seu filho pode se transformar em uma preocupação real?

Ana Carolina Addario, especial para o iG São Paulo

enviar por e-mail
O be-a-bá do blablablá: as primeiras palavras do bebê Quando a dificuldade de comunicação de seu filho pode se transformar em uma preocupação real?
* campos são obrigatórios
corrigir
O be-a-bá do blablablá: as primeiras palavras do bebê Quando a dificuldade de comunicação de seu filho pode se transformar em uma preocupação real?
* campos obrigatórios

Foto: Getty Images
Ambiente e genética se cruzam para determinar a idade em que surgem as primeiras palavras
Desde o primeiro contato com o bebê, no momento de seu nascimento, uma das principais alegrias de qualquer mãe ou pai é ouvir a primeira palavra que sairá da boca de seu filho. Se será “mama” ou “papa”, tanto faz. O importante é que desde muito cedo a comunicação entre pais e filhos pequenos seja estabelecida de maneira efetiva, a fim de que antes mesmo de largar a fralda seu bebê já saia por aí rasgando o verbo. E olha que isso é mesmo provável e possível.

Leia também
Atraso na fala não significa problemas futuros
Não que antes mesmo de completar seu primeiro aninho os bebês estejam prontos para sair por aí bradando o hino do time do coração de seu pai, ou cantando os ingredientes da receita do bolo favorito da sua mãe. Mas uma coisa é verdade: quem exercita, desde o momento do nascimento, a comunicação – ainda que inicialmente gestual – com seus filhos, contribui para que eles estejam mais preparados para encarar o desenvolvimento da comunicação oral nas primeiras etapas da vida.
“Muito antes da emissão das primeiras palavras, os bebês já estão familiarizados com a linguagem e se expressam de diversas maneiras, como pelo choro e pela movimentação corporal. O feto é capaz de ouvir, ainda que de forma atenuada, a partir do quinto mês de vida intrauterina e desde as primeiras semanas de vida o bebê prefere a voz humana entre outros sons, particularmente se essa voz for a materna”, conta Rosa Resegue, presidente do departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo e coordenadora do Projeto Desenvolver da Unifesp.
Até os 8 meses, o vínculo comunicativo que o bebê estabelece com o mundo ainda não é intencional, mas é a primeira maneira que o cérebro encontra para comunicar seus anseios e necessidades. Aos 9 meses, ele passa a usar gestos, movimentos do corpo e vocalizações. E, entre 11 e 12 meses, a fala pode começar a surgir. O cronograma não é regra, mas passar demais destes períodos para começar a esboçar os primeiros fonemas pode ser um sinal de que seu filho está sentindo dificuldade para aprender a se comunicar.

Influências biológicas x ambiente
Junte as influências biológicas e culturais que a criança experimenta nos primeiros anos de vida ao processo de maturação neurológica característico de seu crescimento e você terá o sistema perfeito para ajudar a desenvolver em seu filho as habilidades da linguagem e de muitas outras coisas. No entanto, se algum desses fatores encontrar obstáculos para se completar, pode ser que leve um pouco mais de tempo para seu bebê soltar o verbo.
Jaime Luiz Zorzi, fonoaudiólogo especializado em linguagem, doutor em educação e autor, entre outros, do livro “Aprendizagem e Distúrbios da Linguagem” (editora Artmed), conta que os fatores de retardamento das habilidades orais podem ser dos mais variados. “Distúrbios funcionais, falhas neurológicas, problemas de amadurecimento do sistema nervoso central, bem como surdez ou outros tipos de deficiência auditiva podem ser grandes responsáveis por dificultar o processo de aprendizagem da fala em crianças pequenas”, conta. Por isso, quando os primeiros sinais de dificuldade ou desinteresse em comunicação aparecem, é necessário se consultar com especialistas a fim de rastrear a verdadeira razão do problema.
Episódios de otite (inflamações do ouvido), tão frequentes nas primeiras fases da vida, também podem contribuir para que o bebê tenha mais dificuldades na hora de aprender a falar. O desenvolvimento da fala está diretamente relacionado à audição. Como a infecção no ouvido pode acumular cera no ouvido da criança, ela não consegue escutar corretamente a fala de seus pais e das outras pessoas, e tem mais dificuldade de emitir sons que se pareçam com os deles.
De acordo com Anne Elise Vivo Rodrigues, fonoaudióloga e especialista em Linguagem Infantil pela Universidade de São Paulo, o repertório de sons que a criança adquire, e que vai inspirar sua própria fala, se desenvolve naturalmente de acordo com cada ano que a criança completa. Fonemas com “B”, “M”, “P” e “N”, por exemplo, são os mais fáceis de se adquirir. Como “mama” e “papa” são as palavras que a criança mais escuta, e contêm os fonemas mais fáceis de se reproduzir (até 1 ano e meio), os pais corujas de plantão podem se alegrar. Já encontros consonantais com “R” e “L” são os mais complicados, sendo verdadeiramente assimilados apenas por volta dos 5 anos.

Sinal amarelo
No meio desse desenvolvimento, chamar “água” de “aga” aos 3 anos é normal. Os pais devem começar a se preocupar apenas quando a criança mostrar desinteresse pela comunicação. Se aos 2 anos de idade, período em que a criança interage com o ambiente a pleno vapor, ela não se anima com a fala dos pais ou demonstra apatia para se expressar, é hora de consultar um especialista.

Foto: Arte iG
Confira a idade limite para a criança dominar cada fonema
E tome cuidado na intervenção. “Quanto mais afastada da interação, mais insegura a criança se sente para interagir. Se ao invés de tentar corrigir a situação ludicamente os pais pressionam o filho a falar direito, a criança se sente fragilizada e distanciada da possibilidade de comunicação com o mundo”, explica Zorzi.
Por outro lado, estimular seu filho a falar errado, porque é “bonitinho” ouvi-lo dizer “aga” no lugar de “água”, é um erro tão fatal quanto reprimi-lo. “É importante que os pais, mesmo sem corrigirem a criança, falem de modo correto com ela evitando que as pequenas trocas se perpetuem. Espera-se que até os 3 anos a criança tenha uma fala que possa ser compreendida por todos e não apenas por seus pais e familiares”, diz a pediatra Rosa Resegue.
Nem elogiar o erro, nem pressionar pelo certo. O ideal para continuar estimulando a criança a exercitar novos fonemas é fazer com que a aprendizagem aconteça, desde muito pequeno, pela interação natural entre pais e filhos. “Quando a criança é pequena, por volta de 1 ano de idade, e sua comunicação ainda é mais gestual, não basta dar na mão tudo o que ela aponta. É preciso falar para ela como cada objeto de seu desejo ou necessidade se chama, para ela se acostumar com os sons”, sugere Anne Elise. “Para as crianças em fase escolar, a ideia é sempre conversar sobre como foi seu dia, o que ela fez, de modo que ela treine sua fala em conversas com a família”, completa a fonoaudióloga.

9 erros dos pais no desenvolvimento da fala das crianças

Entenda - e aprenda a evitar - os equívocos mais comuns cometidos pelos adultos quando os filhos estão aprendendo a falar

Renata Losso, especial para o iG São Paulo | 13/08/2011 07:57
 
Texto:
enviar por e-mail
9 erros dos pais no desenvolvimento da fala das crianças Entenda - e aprenda a evitar - os equívocos mais comuns cometidos pelos adultos quando os filhos estão aprendendo a falar
* campos são obrigatórios
corrigir
9 erros dos pais no desenvolvimento da fala das crianças Entenda - e aprenda a evitar - os equívocos mais comuns cometidos pelos adultos quando os filhos estão aprendendo a falar
* campos obrigatórios

Foto: Getty Images 
Desenvolvimento da fala: evite os erros comuns que atrapalham as crianças
Desde o nascimento dos filhos, um dos momentos mais esperados é o da primeira palavra – e que ela seja, de preferência, “mamã” ou “papá”. Mas, sem saber, os pais podem atrapalhar o caminho natural da criança rumo à fala. Antes mesmo do seu filho começar a emitir os primeiros sons, algumas atitudes devem ser evitadas. Entenda quais são os principais erros cometidos e aprenda a evitá-los.


1. Não repita a palavra errada

Um dos equívocos mais comuns dos pais é repetir a palavra errada que o filho disse antes de corrigi-lo. A fonoaudióloga Bianca Sabbag, especialista em linguagem da EDAC (Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico), em São Paulo, explica: se a criança disser “pato” em vez de “prato”, os pais não devem dar respostas como “não é 'pato', é 'prato'”. A melhor opção é somente repetir a palavra correta – de maneira exagerada, se necessário: “Ah, você quer o prato? A mamãe vai pegar o prato para você”. “Nunca dê o modelo errado. E dar as duas informações para a criança pode dificultar o desenvolvimento da linguagem”, afirma.

2. Evite o tatibitate

Trocar as consoantes e abusar dos diminutivos, dizendo sempre “ti nenê bonitinho da mamãezinha” em vez de “que nenê bonito da mamãe”, também atrapalha o desenvolvimento da linguagem infantil. De acordo com a fonoaudióloga clínica Danielle Lins, de Belo Horizonte, ao conversar com os filhos que ainda não sabem o som correto das palavras, é melhor não usá-las sempre no diminutivo. O ideal é empregar o vocabulário adequado desde a chegada do bebê, já que ele está desenvolvendo a fala durante os primeiros anos de vida. “Até os cinco anos de idade ele já deve estar se comunicando muito bem”, diz Patrícia Junqueira, fonoaudióloga do Hospital São Luiz, em São Paulo.

3. Não use palavras substitutas

Falar sempre corretamente com a criança é a melhor escolha que os pais podem fazer, embora às vezes pareça difícil. Falar errado ou substituir palavras por outras inexistentes, mas mais fáceis – como mamadeira por “tetê” – pode parecer uma mão na roda, mas não é. Como a palavra certa é outra, a criança tem que aprender duas vezes. “Como a criança tende a se espelhar no adulto, se eles falarem errado, ela será influenciada”, diz a fonoaudióloga Lindsei Paupitz, do Hospital Pequeno Príncipe, em Porto Alegre.

4. Não antecipe nem interrompa a criança

Quando a criança está com dificuldades para completar uma frase, não a apresse. “É preciso deixá-la falar no tempo dela, e os pais não podem competir com isso”, diz Lindsei. Se os pais se habituarem a antecipar o discurso, a criança sempre vai esperar que alguém fale por ela.

O problema se agrava na fase da gagueira, comum por volta dos três ou quatro anos de idade. De acordo com Bianca, nesta época costuma haver um aumento repentino do vocabulário e a elaboração mental não acompanha a elaboração motora. “Ela acaba gaguejando, atropelando as palavras e se repetindo”, diz. Interromper as crianças o tempo todo também faz com que elas se estressem.

5. Não aceite a linguagem gestual

Muitas crianças usam gestos para conseguir o que querem. A linguagem gestual pode ser uma ponte, mas deve ser superada. Se os pais sempre entregam ao filho um objeto simplesmente apontado, a criança se habitua e não aprende a pedir o que quer. “Isso cria a substituição da linguagem oral pela gestual. Embora a criança ainda não fale, o pai deve explicar o que é aquilo”, diz Patrícia Junqueira. Por isso, no momento em que o filho apontar a mamadeira, é indicado que os pais digam: “Ah, você quer a mamadeira? Papai vai te dar a mamadeira”.

6. Não permita chupeta ou mamadeira após os dois anos de idade

Permitir que a criança fale com a chupeta na boca atrapalha a pronúcia e dificulta o aprendizado. “Estes hábitos causam um posicionamento incorreto e podem gerar até mesmo uma flacidez da língua”, diz Patrícia.

7. Não torne a palavra errada uma diversão para a família

Não raro, uma palavra falada errada soa tão divertida e engraçadinha que se torna um entretenimento familiar. Mas repetir demais a brincadeira pode trazer problemas, alerta a fonoaudióloga Regina Donnamaria Morais, do Grupo de Saúde Oral da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo). “Prolongar por muito tempo uma forma de fala equivocada dá, aos pais, um prolongamento do tempo de infantilidade do filho”. Quanto mais tempo isso prevalecer, mais complicado será corrigir.

8. Fale na altura da criança sempre que possível

Bianca Sabbag, especialista do EDAC, também indica aos pais ficar na mesma altura da criança ao se comunicar com ela. “Abaixar para conversar e olhar no olho da criança é muito importante, para que ela tenha esse modelo visual”, diz. Poder observar os movimentos da boca do adulto colabora bastante para o desenvolvimento da fala infantil.

9. Se necessário, procure ajuda

Cada criança tem um tempo de desenvolvimento próprio e isso também vale para a fala. Mas existem alguns marcos gerais. De acordo com a fonoaudióloga Patrícia Junqueira, a partir dos dois anos de idade a criança já deve ser capaz de dar um movimento ao diálogo, formando frases como “quer água” ou “dá mamar”. Até os quatro anos e meio, a criança já deve conseguir usar a linguagem muito bem, explicando situações e articulando adequadamente todos os sons. “Esta idade é o limite”, diz Bianca Sabbag. Se a criança ainda tiver dificuldades depois deste período, é indicado procurar um profissional da área. E se ela não realizou o teste da orelhinha ao nascer, é melhor correr atrás o quanto antes. Ela pode estar com problemas de audição.

Gene que provoca défict de atenção é ligado ao autismo

Novos genes identificados provocam outras alterações neuropsiquiátricas

Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas (Polka Dot/Thinkstock)
Pesquisadores canadenses identificaram novos genes relacionados ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Desenvolvido em parceria pelo  Hospital for Sick Children (SickKids) e Universidade de Toronto, o estudo indica ainda que esses genes têm ligação, também, com o autismo. A pesquisa foi publicada na edição on-line do periódico Science Translational Medicine.
Segundo o levantamento, os genes do TDAH estariam relacionados ainda a outras condições neuropsiquiátricas, como as desordens do espectro autista (DEA) – entre elas, o autismo e a síndrome de Asperger. Durante a pesquisa foram usados microarrays, ou chips de DNA, uma técnica experimental da biologia molecular que se caracteriza por lâminas de vidro nas quais segmentos de fita-única são fixados e imobilizados de forma ordenada e em áreas específicas. Na lâmina, cada célula de sonda contém milhões de cópias de um determinado transcrito, ou um segmento gênico em particular, que pode posteriormente ser identificado.
Os cientistas procuraram, então, por variantes no número de cópias (CNVs), que são inserções ou exclusões que afetam os genes, no DNA de 248 pacientes que não foram relacionados ao TDAH. Em três das 173 crianças das quais o DNA de ambos os pais estava disponível, eles encontraram CNVs espontâneos, que ocorrem quando os pais não são afetados - as mutações são novas apenas para a criança. CNVs raros que foram herdados de pais afetados foram encontrados em 19 dos 248 pacientes.
Dentro do grupo de CNVs herdadas, os pesquisadores descobriram alguns dos genes que haviam sido previamente identificados com outras condições neuropsiquiátricas, incluindo DEA. Para explorar essa sobreposição, testaram um grupo diferente para CNVs. Eles descobriram, então, que nove das 349 crianças no estudo que haviam sido diagnosticadas previamente com DEA, carregavam CNVs relacionados com o TDAH e outras desordens.
Conclusões – A descoberta dos pesquisadores sugere que alguns CNVs que desempenham um papel causal no TDAH, também demonstram genes de suscetibilidade comum no TDAH, no DEA e em outras desordens neuropsiquiátricas. “Como DEA, casos de TDAH são em grande parte únicos”, diz Russell Schacar, um dos coordenadores do estudo. “Pessoas carregando o mesmo CNVs podem ter sintomas diferentes, já que o risco não é sempre o mesmo”, diz.
De acordo com o estudo, a maioria dos indivíduos com TDAH também têm ao menos uma outra condição, como ansiedade, problemas de humor, desordens de conduta ou linguagem. Mais de 75% das pessoas com DEA também têm TDAH. “Muitos desses problemas associados provavelmente surgem do fato de que eles estão compartilhando o risco genético para diferentes condições”, diz Schachar.
De acordo com Stephen Scherer, coautor do estudo, os pesquisadores, em geral, não tendem a olhar através dos distúrbios com muita frequência, vendo neles diferentes sinais. “Esse método, talvez, seja uma das descobertas mais excitantes na genética neuropsiquiátrica e pode começar realmente a redefinir como pensamos sobre essas condições neuropsiquiátricas”, diz.
Para Schachar, esses são provavelmente os fatores genéticos que aumentam o risco para vários tipos de distúrbios neuropsiquiátricos. “É um enorme desafio para nós descobrir o que leva a um caso de TDAH e o que leva a um caso de DEA. Existem muitas possibilidades diferentes para explicar por que riscos comuns podem se manifestar em diferentes tipos de doenças" diz. Os pesquisadores esperam agora que novas investigações sejam realizadas para determinar essa relação de causalidade.

Revista Veja - 11/08/2011