quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aprender a amar

Zero Hora - 12/09/2009

Como a dedicação e o afeto podem se tornar uma experiência transformadora para mães e filhos

  • Em uma casa na cidade de Plymstock, no sudoeste da Inglaterra, Karleigh Pluckrose, 18 anos, embala a filha Skye, nascida há apenas três meses. Ao lado das duas, está uma visitante muito especial, a enfermeira de família Liz Cox. Em suas mãos, Liz segura um bolsa. Uma bolsa diferente. É a bolsa do amor. De dentro, a mulher retira um bicho de pelúcia e uma fotografia da filha. Mas o que chama atenção é um pacote de lenço.

    – Porque amar pode ser triste – esclarece.

    Ambas começam, então, a discutir o que Karleigh deveria levar em sua própria bolsa, ou seja, como deveria amar e cuidar da filha. Karleigh é uma das 2 mil jovens inglesas que participam de um programa pioneiro na Grã-Bretanha com o objetivo de ajudar mães de primeira viagem – jovens como ela e também portadoras de doenças mentais e viciadas em drogas ou álcool.

    A iniciativa parte do princípio de que quanto mais cedo começar a supervisão, mais benefícios a criança terá no futuro. Skye começou a ser cuidada pela enfermeira ainda na barriga e vai continuar sob acompanhamento até completar dois anos.

    O programa foi criado nos Estados Unidos pelo professor de Pediatria David Olds, com bons resultados à saúde pré-natal e uma redução de 50% nos casos de acidentes, abuso e negligência. Além disso, as mães acompanhadas evitavam engravidar novamente e estavam mais dispostas a seguir uma carreira profissional.

    Encorajado pelos resultados americanos, o governo britânico começou a aplicar o programa em 2006, e os primeiros resultados animam os coordenadores. Até agora, o serviço está em 10 locais, mas a ideia é chegar a outras 50 áreas até janeiro. Para a ministra de saúde inglesa, Ann Keen, o programa já está no coração da política pública do país.

    – Houve 20% de redução do fumo na gravidez. A taxa de amamentação no peito é de 63%, contra 53% da média nacional – diz.

    Para a jovem Karleigh, o acompanhamento profissional também está trazendo excelentes resultados. Ela está parando de fumar, entendeu a importância do aleitamento e já sabe identificar o que a filha quer, de acordo com o choro. Também começa a tomar decisões importantes na vida profissional.

    – Posso falar com a enfermeira sobre tudo e não me sentir constrangida nem julgada – comemora.

Provas simples de amor incondicional

Amamentar: além de uma prática recomendada pelos médicos, por causa dos nutrientes do leite, é também o início de um vínculo afetivo pelo contato físico direto que proporciona.
Conversar: mesmo que a criança não compreenda completamente o que a mãe diz, ambas começam a se entender melhor, e a mãe aprende a decifrar as vontades do filho.
Acariciar e dar colo: práticas boas em qualquer idade. A criança desenvolve a certeza do afeto da mãe e cria-se um elo de confiança.
Brincar: nos primeiros dois anos, é uma forma lúdica de começar a descobrir o mundo.
Passear: uma forma de brincar e se divertir. Ao sair de casa, a criança ainda toma sol, respira ar puro e interage com outros bebês.

Fonte: Fonte: Aline Groff Vivian, psicóloga

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