domingo, 21 de fevereiro de 2010

TODO ENCANTAMENTO DE COMEÇAR A FALAR


Quando vemos uma criança esboçando seus primeiros sons da fala, não temos como não parar, prestar atenção, abrir um sorriso e achar mágico este momento que ela está vivenciando.
O processo de aquisição da fala e da linguagem é algo que deve ser muito estimulado e trabalhado em casa e também nas Escolas de Educação Infantil.
A capacidade de adquirir linguagem é específica do ser humano. É por meio dela que são ampliadas noções de tempo e espaço, desenvolvendo sua capacidade de raciocínio, sendo capaz de planejar ações, avaliá-las e realizá-las. É a capacidade que o indivíduo tem de se comunicar e estruturar idéias. A linguagem é vital para as crianças aprenderem a resolver problemas e pensar logicamente.
O desenvolvimento da linguagem e da fala esta intimamente ligado, mas caminha separadamente. A linguagem é o aspecto mais amplo, é a capacidade de se comunicar, de compreender e ser compreendido. A fala é a forma como expressamos a linguagem, como transmitimos nossas idéias.
Em nosso organismo não existe um aparelho próprio para a produção da fala, mas a junção do trabalho de órgãos de diferentes aparelhos o constituem. Os órgãos responsáveis por esta produção são: pulmão, traquéia, laringe, cavidades nasal e bucal. Dentro da laringe encontram-se as pregas vocais que são responsáveis pela produção do som. Existem também os órgãos fonoarticulatórios, responsáveis pela modificação na corrente aérea expiratória e determinam os diferentes sons – vogais e consoantes. São eles: lábios, bochechas, véu palatino e língua.
O início da comunicação humana da-se no choro instintivo do bebê, quando precisa que suas necessidades básicas sejam atendidas. Este choro é interpretado pela mãe que lhe atribui função comunicativa. Desenvolvendo suas aprendizagens, desde o nascimento através da exploração do ambiente por meio dos sentidos, ouvir sons e vozes é de suma importância para a aprendizagem da linguagem, contanto necessariamente com as funções auditivas normais.
Com o tempo, ele aprenderá a conversar por meio do balbucio, da imitação das vozes que ouve. O balbucio funciona como um “treino” articulatório, onde a criança repete sílabas sem significado. Em função disso, é indispensável e fundamental a participação de um adulto, que converse com a criança e esteja disposto a ouvi-la.
Com dois meses de idade o bebê já distingue a voz humana de outros sons, gosta de escutar a conversa das pessoas, sendo capaz de distinguir a voz materna. A primeira palavra do bebê ocorre entre dez e catorze meses de idade. Aos 18 meses sua fala expressiva possui cerca de dez a vinte palavras concretas. Aos dois anos de idade, a criança poderá estar usando cerca de duzentas palavras.
Aos dois anos e meio, seu vocabulário aumenta muito, sendo capaz de se expressar por sentenças simples. Com três anos, a criança entende a maior parte daquilo que ouve dos adultos, faz uso de novas palavras e sabe fazer uso da linguagem para conseguir o que deseja, conversando por meio de sentenças completas que podem ser entendidas por em até 80% pelo ouvinte.
Aos quatro anos, já é capaz de pronunciar adequadamente os fonemas de sua língua, sua linguagem está completa, devendo ser apenas aprimorada. Importante ressaltar que a criança fala conforme o ambiente em que vive. Aquela que está mais exposta a fala terá seu vocabulário mais rico e seu desenvolvimento será mais rápido. Por isso, o papel da família e da escola é fundamental. A criança aprende pelas suas vivências e o adulto deve estar sempre conversando, transformando em palavras as ações das crianças.
A criança segue sempre o modelo do adulto. Aquelas que vivem em ambientes onde falam corretamente com ela, falarão corretamente mais cedo do que aquelas onde as pessoas imitam o seu falar.
É importante que o ambiente do brincar em que a criança está inserida proporcione um “momento lúdico” que dê prazer na atividade de falar; oportunidades de vivenciar situações de ganho e de perda, muito importantes para a criança com baixa tolerância a frustração, aprendizado de regras sociais, aprimoramento de funções cognitivas e perceptivas como organização espacial e temporal, memória, percepção visual e auditiva, classificação e seriação.



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